Efetiva

Primeira mulher na Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos promete ‘fazer valer o fato histórico’

Nova ministra afirma que investimentos em pesquisa e desenvolvimento e valorização do CNP estão entre as prioridades da pasta. “Bolsa de pesquisa não é esmola”

Ministério da Cência/Divulgação
Ministério da Cência/Divulgação

São Paulo – A nova ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Luciana Santos, também assumiu o comando da pasta nesta segunda-feira (2). Entre outras atribuições, a pasta é responsável por políticas nacionais de pesquisa científica e tecnológica e de incentivo à inovação. O MCTI coordena ainda políticas nas áreas de biossegurança, espacial e nuclear. Luciana é a primeira mulher a chefiar efetivamente o ministério, que por cerca de um mês foi comandado interinamente por Emília Maria Silva Ribeiro Curi, entre abril e maio de 2016.

Em seu discurso, ela disse que irá “fazer valer o fato histórico”. “Essa gestão vai honrar as milhares de mulheres que produzem e pesquisam neste país. E sua luta por respeito, inclusão e valorização. Vai honrar a luta antirracista e a luta das pessoas negras por espaço nas pós-graduações e no campo de pesquisa”, afirmou.

Luciana também reforçou a importância da ciência e da inovação e disse que vai trabalhar para valorizar e atualizar os valores das bolsas da Capes e do CNPq. “Trabalharemos ainda pela atualização das bolsas de pesquisa do CNPq e da Capes, que, vinculada ao Ministério da Educação, é essencial na formação de capital humano. Faremos isso com toda a nossa capacidade de trabalho e de articulação com o Congresso Nacional. As bolsas de pesquisa não podem ser tratadas como esmola, mas como investimento no futuro do país”, completou. Em dezembro, já nas últimas semanas do governo Bolsonaro, pesquisadores relataram dificuldades para receber bolsas, entre as quais de mestrado e doutorado.

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A ministra também afirmou que pretende pedir a revogação de uma medida provisória, editada pelo ex-presidente em agosto, que limitou o uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). “Vivemos recentemente um verdadeiro apagão no financiamento da ciência brasileira. Para se ter uma ideia, os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, principal fonte de financiamento público da ciência, foram reduzidos de R$ 5 bilhões e meio para apenas R$ 500 milhões em 2021”, relatou.

Luciana lembrou que os recursos do FNDCT são utilizados, por exemplo, em pesquisas sobre tratamento de doenças e para produção de vacinas. “São recursos que seriam aplicados no desenvolvimento e na produção de medicamentos e vacinas e em pesquisas sobre tratamento de doenças, como o câncer.”

Deputada e prefeita

Luciana Santos é engenheira eletricista formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Antes de ser ministra, ela foi deputada estadual, prefeita de Olinda, secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Meio ambiente e deputada federal por dois mandatos (2011-2018).

A nova ministra ingressou na política em 1984 pelo movimento estudantil. Foi a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora de Pernambuco, em 2018. Ela também presidiu o Instituto de Pesos e Medidas do estado.

Com g1 e Agência Brasil



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