‘Bolsonaro fez o risco da paralisia infantil voltar depois de 30 anos’, diz Haddad
Candidato ao governo de São Paulo atribui volta do risco da poliomielite, após três décadas, à irresponsabilidade de Jair Bolsonaro (PL): “Resultado de um governo negacionista que não faz campanha de vacinação em um país que vinha sendo exemplo mundial de imunização desde os anos 70”
Publicado 07/10/2022 - 18h29

São Paulo – O candidato ao governo de São Paulo e ex-ministro Fernando Haddad (PT) atribuiu nesta sexta-feira (7) a volta do risco da paralisia infantil após três décadas ao governo de Jair Jair Bolsonaro (PL), que disputa a reeleição. “Esse é o resultado de um governo negacionista que não faz campanha de vacinação em um país que vinha sendo exemplo mundial de imunização desde os anos 70”, disse o petista, por meio do Twitter.
E completou, com dados oficiais: “A secretaria estadual de saúde de SP anunciou que 80% dos municípios paulistas estão com muito alto risco ou alto risco para poliomielite. Se o Governo de São Paulo não faz sua parte, você pode fazer. Se seu filho ainda não se vacinou, procure hoje um posto de saúde”.
Bolsonaro fez o risco da paralisia infantil voltar depois de 30 anos. Esse é o resultado de um governo negacionista que não faz campanha de vacinação em um país que vinha sendo exemplo mundial de imunização desde os anos 70. (+)
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) October 7, 2022
Pará investiga pólio em criança de 3 anos. Seria primeiro caso em mais de 40 anos
A paralisia infantil ronda as crianças brasileiras – e também adultos – desde que a cobertura vacinal começou a atingir níveis mínimos de segurança no país. Isso começou a partir de 2013, marco inicial do movimento antivacina e que foi alimentado pelo bolsonarismo mais tarde.
Junto a isso, vieram os ataques sistemáticos ao SUS após o golpe de 2016, que levou ao poder Michel Temer e a sanha privatista. A resistência de parte importante da população às vacinas em geral se acentuou com a pandemia de covid-19. O resultado é que, quanto mais crianças sem vacinas, diminui a imunidade coletiva, o que favorece a formação de bolsões de pessoas vulneráveis.
E pelo que tudo indica, a poliomielite já faz a primeira vítima no Brasil depois de a doença ter sido erradicada em 1994. A Secretaria Estadual de Saúde do Pará estuda o contágio pelo vírus causador da doença de uma criança de 3 anos, residente no interior do estado, com paralisia e que testou positivo para poliovírus (Sabin Like 3) encontrado nas fezes.
O comunicado, no entanto, afirma que é preciso considerar outras possibilidades. “Outras hipóteses diagnósticas não foram descartadas, como Síndrome de Guillain Barré.” Trata-se de um distúrbio autoimune, em que o próprio sistema imunológico ataca parte do sistema nervoso central. Este, por sua vez, se conecta a outras partes do corpo. Por causa disso, a investigação prossegue conforme protocolos de vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde.
A poliomielite é doença contagiosa aguda, causada por um vírus (poliovírus selvagem), que afeta o sistema nervoso central. Pode ser letal conforme a gravidade da infecção no cérebro. Fez milhões de vítimas em todo o mundo durante décadas. Em alguns casos, põe em risco a musculatura dos membros inferiores ou mesmo daqueles envolvidos na respiração e deglutição. E pode também afetar adultos.