Não acabou

Guerra sem fim: Brasil encerra a semana com 1.471 óbitos por covid-19

É o quarto dia consecutivo com média de óbitos acima de 200. Em um mês, índice registra alta de 92,6%. Casos também cresceram em todo o mundo, alerta OMS

Alex Pazuello/Semcom
Alex Pazuello/Semcom
Casos da doença também cresceram 89% nos últimos 30 dias

São Paulo – O Brasil registrou mais 284 mortes e 76.045 novos casos de covid-19 no último período de 24 horas monitorado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Nos últimos sete dias, as mortes pela doença totalizam 1.471 óbitos. Assim, a média móvel de vítimas calculada em sete dias ficou em 210. Nesta sexta-feira (1º), o país completa quatro dias seguidos com esse índice acima de 200. Em 14 dias, a média de mortes teve crescimento de 53,2%. Em 30 dias, a alta chega a chega a 92,6%.

Do mesmo modo, a média móvel de casos, que ficou em 58.700, também continua subindo. Em duas semanas, o índice avançou 57,7% Na comparação com os últimos 30 dias, a alta chega a 89%. O total de casos seguramente é ainda maior, já que os resultados positivos dos autotestes não entram nos índices oficiais, ampliando a subnotificação. Ainda assim, de acordo com os índices oficiais, é a maior média de casos em quatro meses.

Dados da plataforma SP Covid-19 Info Tracker (USP/Unesp) também apontam para o avanço da doença no país. Atualmente, a taxa de contágio da doença está em 1,86. Isso significa que cada 100 pessoas infectadas transmitem a doença para outras 186. A previsão para os próximos dias é que essa taxa deve chegar a 1,87, o que indica para a possibilidade de estabilização dos contágios, mas em patamares ainda muito elevados.

Ao todo, desde o início da pandemia, o Brasil tem 671.700 óbitos oficialmente registrados e mais de 32,4 milhões de casos da doença.

Números da covid-19 desta sexta-feira no Brasil. Fonte: Conass

Piora global

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de covid-19 aumentaram 18% na última semana, com mais de 4,1 milhões de diagnósticos no mundo. Levantamento divulgado na última quarta-feira (29) aponta o Oriente Médio como a região em que a doença apresentou o maior crescimento, de 47%. Na Europa e no Sudeste Asiático, a alta foi de 32%. E nas Américas, de 14%. As mortes pela doença, no entanto, permaneceram estáveis, com 8,5 mil óbitos computados no período.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, atribuiu o avanço global no número de casos à disseminação das variantes da ômicron BA.4 e BA.5. Além disso, ele alertou para o monitoramento genômico está “sob ameaça”, na medida em que os países reduziram os testes aplicados na população. Esse cenário dificulta a identificação do surgimento de novas variantes, potencialmente mais perigosas. Ele também destacou que, embora mais de 1,2 bilhão de vacinas tenham sido aplicadas no mundo, a taxa média nos países pobres é de cerca de 13%.