Infogripe

Fiocruz: síndromes respiratórias graves estão em queda no Centro-Oeste, Sudeste e Sul

Boletim Infogripe também reforça a importância da dose de reforço na redução dos casos graves de covid-19, que ainda são predominantes

Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF
Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF
Covid-19 respondeu por 94,9% dos óbitos e 74,9% dos casos de SRAG nas últimas quatro semanas

São Paulo – O novo boletim Infogripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (28), indica queda nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Nordeste, houve interrupção de crescimento, mas os casos continuam aumentando na região Norte. A análise é referente ao período dos dias 17 a 23.

O boletim também destaca o aumento da proteção conferida pelas vacinas contra a covid-19, principalmente a partir das doses de reforço. “As vacinas ajudaram e continuam ajudando a reduzir significativamente o risco de agravamento da Covid, que pode ser cerca de duas vezes maior a depender da faixa etária e status vacinal. A proteção, inclusive, aumenta ainda mais em quem já está com alguma dose de reforço”, explica o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, em entrevista à Agência Fiocruz.

Na faixa entre 50 e 59 anos, por exemplo, os pesquisadores estimaram 14,75 a cada 100 mil habitantes os casos graves de covid entre não vacinados. Esse número caí para 7,1 a cada 100 mil entre os vacinados sem reforço (dose única ou duas doses). E reduz ainda mais, para 4,76 a cada 100 mil, entre os que tomaram a dose de reforço.

Em escala parecida, essas reduções também se verificam nas faixas anteriores – entre 30 e 49 anos –, assim como nas posteriores – entre 60 a 80 anos ou mais. Apenas nos adultos jovens – de 18 a 29 – a dose de reforço não foi efetiva na redução dos casos graves, na comparação com o ciclo vacinal básico. Confira o gráfico:

Covid-19 predomina

Apesar da proteção vacinal, o Sars-CoV-2 (vírus da covid-19) continua dominando “amplamente”, entre a população adulta. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a covid-19 respondeu por 79,4% dos casos de SRAG com diagnóstico positivo para algum tipo de vírus respiratório. Na sequência, aparece o vírus sincicial respiratório (VSR), com 5,5%, seguido por Influenza A (1,7%) e Influenza B (0,1%). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 94,9% para a covid-19; 1,0%, Influenza A; 0,3%, VSR; 0,2% Influenza B.

SRAG por região

Conforme o boletim, são nove unidades federativas que apresentaram crescimento dos casos de SRAG na tendência de longo prazo. Amazonas, Amapá, Bahia, Maranhão, Pará, Piauí, Rondônia, Sergipe e Tocantins. Os demais estados e o Distrito Federal apresentam estabilidade ou queda na tendência de longo prazo até o mesmo período.

Do mesmo modo, nove das 27 capitais têm sinais de crescimento no longo prazo: Aracaju, Belém, Curitiba, Florianópolis, Macapá, Manaus, Palmas, Porto Velho e Teresina. Apesar de algumas capitais das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste apresentarem formação de platô ou já iniciando processo de queda, Curitiba e Florianópolis voltaram a apresentar sinal de crescimento em algumas faixas etárias, especialmente crianças pequenas e idosos.