Fiocruz alerta

Covid-19 causa mais de 70% dos casos de Síndrome Respiratória Grave

Nove em cada 10 óbitos por SRAG nas últimas quatro semanas foram causados pelo coronavírus

Josué Damacena/IOC/Fiocruz
Josué Damacena/IOC/Fiocruz
Com o predomínio da covid-19, os casos de SRAG tem "claro sinal de crescimento" entre a população adulta

São Paulo –  O novo boletim Infogripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta terça-feira (21), mostra que a covid-19 já responde por 71,2% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com diagnóstico positivo para algum tipo de vírus respiratório nas últimas quatro semanas. Nesse período, entre os óbitos pela síndrome respiratória, 91,9% testaram positivo para covid-19. Desde meados de maio, a covid-19 vem predominando entre os casos da SRAG.

Nos demais casos, 3,5% foram de Influenza A, 0,3% de Influenza B, 12,7% do vírus sincicial respiratório (VSR). Entre os óbitos, a presença desses vírus entre os resultados positivos foi de 2,6% para influenza A; 0%, influenza B; 2,3%, VSR.

Nesse sentido, o boletim destaca que a curva nacional dos casos de SRAG mantêm indícios de “forte crescimento” nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazos (últimas três semanas). Assim, a Fiocruz estimou em cerca de 8,1 mil os casos da síndrome entre 5 e 11 de junho.

Com o predomínio da covid-19, os casos de SRAG tem “claro sinal de crescimento” em todas as faixas etárias da população adulta. Nas crianças e adolescentes, os sinais são de “estabilização”, mas em patamar elevado entre crianças de 0 a 11 anos.

Neste ano, em todo o país, foram notificados 20.890 óbitos por de SRAG. Desse total, 76,5% deram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. E a covid-19 responde por 96,4%% desses resultados.

SRAG por região

Desse modo, são 17 unidades federativas que apresentaram crescimento na tendência de longo prazo, aponta a Fiocruz: Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. As demais apresentam sinal de estabilidade ou queda na tendência de longo prazo. Por outro lado, no Rio Grande do Sul, em particular, observa-se também o aumento nos casos positivos para influenza (gripe) em diversas faixas etárias.  

Além disso, 19 das 27 capitais têm sinais de crescimento dos casos de SRAG no longo prazo: Belém, Belo Horizonte, Boa Vista, Plano Piloto e arredores em Brasília, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Natal, Porto Alegre, Rio Branco, Rio de Janeiro, São Luís, São Paulo, Teresina e Vitória.