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Começa hoje, em São Paulo, primeiro congresso de cannabis medicinal do país

Evento com mais de 70 palestrantes representa oportunidade para os profissionais de saúde que buscam informações sobre o uso terapêutico da cannabis

Pixabay
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Cannabis medicinal pode criar um mercado para promover novos empregos e renda

São Paulo – Começa hoje em São Paulo a primeira edição do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal (CBCM), que se realiza até sexta-feira (6) com mais de 70 palestrantes. O evento é realizado no Expo Center Norte e representa uma oportunidade para os profissionais de saúde que querem se atualizar sobre o tema, ou buscar conhecimento para iniciar a prescrição da cannabis.

O congresso é o primeiro do gênero no país. Além dos painéis sobre saúde, que se realizam no primeiro bloco do congresso hoje e amanhã, empresários, investidores, estudantes e curiosos, que buscam aprender mais sobre o tema e suas multiplicidades, também poderão aproveitar o evento, que contará com palestras sobre legislação e negócios na quinta-feira (5) e sexta-feira (6). 

O evento é realizado dentro da Medical Fair Brasil (MFB), no espaço reservado para a Medical Cannabis Fair (MCF). Vários especialistas no assunto vão participar, como o médico Pedro Pierro, neurocirurgião funcional, especializado em dor e doenças neurológicas como epilepsia e Parkinson.

O médico foi pioneiro na prescrição de canabinoides no Brasil, além de pesquisador, educador, palestrante nacional e internacional e coautor do livro “Tratado de Dor – Publicação da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor”. Pierro estará no painel “Os avanços no tratamento de dores através dos canabinoides”, que se realiza hoje, e também será mediador dos casos clínicos que serão apresentados hoje e amanhã.

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Outra participante é a médica Caroline Nocetti, consultora técnica em terapia canabinoide. Ela é coordenadora internacional da Academia Americana de Medicina Canabinoide, atuando também com educação, prática clínica e consultora em projetos nos EUA, Canadá, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Israel e Brasil. Caroline tem mais de oito anos dedicados ao ecossistema de Cannabis e mais de seis anos de experiência no desenvolvimento de produtos terapêuticos à base da planta. Ela estará no painel “As aplicações dos canabinoides na Medicina Integrativa”, que se realiza hoje.

A Medical Cannabis Fair é uma feira gratuita que, por meio de inscrição pelo site e, respeitando os protocolos de apresentação de carteira de vacinação contra covid-19, garante que qualquer pessoa consiga ter acesso ao evento.

Já para assistir às palestras do congresso é preciso adquirir ingresso, que permite acompanhar o que os diversos especialistas da área têm a dizer para aqueles que possuem algum tipo de interesse em participar, ou aumentar suas chances de se tornar um profissional capacitado no ecossistema da cannabis.

Importação de cannabis medicinal

Entre 2015 – ano seguinte à permissão do Conselho Federal de Medicina para a prescrição dos derivados de cannabis por neurologistas, neurocirurgiões e psiquiatras – e 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu 68.775 permissões de importações de medicamentos de cannabis para pacientes brasileiros.

Hoje, no Brasil, menos de 1% dos 500 mil médicos cadastrados no Conselho Federal de Medicina (CFM), prescrevem a cannabis. Número ainda bastante pequeno quando comparado com o número de pacientes, o que pode representar uma grande oportunidade para aqueles que desejam ser pioneiros no mercado.

Mercado potencial

Segundo a Kaya Mind, empresa responsável por coletar e analisar dados do setor, em seu relatório “Impacto Econômico da Cannabis”, se o Brasil regulamentasse todos as aplicações da planta, isto é, uso medicinal e industrial, nos próximos quatro anos subsequentes à promulgação da lei o país teria a possibilidade de arrecadar cerca de R$ 9,5 bilhões com esse mercado.

Outro dado importante, é que, em face das condições climáticas e o tamanho continental, o Brasil, possuindo terras suficientes para o cultivo da cannabis em larga escala, teria condições de promover renda e empregos diretos no setor, auxiliando, segundo a empresa, cerca de 6 milhões de brasileiros com o uso terapêutico da planta.

Confira a programação do congresso


Com informações de João R. Negromonte/Sechat


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