"não acabou"

Vacinação desigual é entrave para o fim da pandemia no Brasil

Em Roraima e no Amapá, apenas metade da população tomou as duas doses ou dose única, índice inferior a dos paulistas que já tomaram o reforço, alerta Fiocruz

Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Regiões com baixa cobertura da vacinação devem manter uso de máscara e "passaporte"

São Paulo – O Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta que a vacinação contra a covid-19 avançou de forma “muito desigual” no Brasil. No geral, 76,8% dos brasileiros estão com o esquema de vacinação completo (duas doses ou dose única) e 40,4% tomaram a dose de reforço. Esses números, no entanto, escondem regiões com baixa cobertura vacinal. Em Roraima e no Amapá, por exemplo, apenas metade da população (50%) completou o esquema vacinal, e somente 14% tomaram o reforço. Na outra ponta, em São Paulo, 56% já receberam a terceira dose e 86% completaram o esquema vacinal. Os dados são do boletim da Fiocruz desta sexta-feira (29). O ritmo lento da vacinação em crianças é outra preocupação.

“Ainda é necessário ampliar a segunda dose e investir em grupos etários que tenham menor adesão à aplicação da vacina. Além disso, é fundamental reforçar a importância e a necessidade da terceira dose, que não pode ser vista apenas como uma dose extra”, alertam os pesquisadores.

Nesse contexto, eles sugerem campanhas de comunicação para incentivar o aumento da vacinação. Outra ferramenta é o “passaporte da vacina” em prédios públicos e locais de trabalho. Além disso, nessas regiões com baixa cobertura vacinal, os pesquisadores recomendam o uso de máscaras em aglomerações em ambientes fechados, como nos transportes públicos, por exemplo.

Entre 10 a 23 de abril, o Brasil registrou em média 14 mil casos diários de covid-19, redução de 36% em relação às duas semanas anteriores. No mesmo período, foram 100 óbitos por dia, uma queda de 43% nos índices de mortalidade.

Apesar do “cenário positivo”, os cientistas ressaltam que “a pandemia não acabou e seus riscos continuam presentes”. Nesse sentido, afirmam que a “transição” para as próximas fases deve vir acompanhada de planos e planejamento de curto, médio e longo prazos.

Covid no Brasil hoje

O Brasil registrou hoje 185 óbitos e 14.122 casos de covid-19, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Após mais de dois meses de queda, no entanto, a média diária de mortes calculada em sete dia ficou em 122 e voltou a subir. Esse indicador teve alta de 31% em relação à ultima sexta (22), quando estava em 93. Por outro lado, a média móvel de casos, que ficou em 13.478, está praticamente estável. Ao todo, desde o início da pandemia, o Brasil tem 663.410 óbitos e cerca de 30,4 milhões de casos de covid-19 confirmados oficialmente.


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