Alívio

UTIs para covid estão fora de zona de alerta pela primeira vez em 21 meses

Pesquisadores da Fiocruz apontam a vacinação como o principal motivo da melhora no quadro hospitalar, mas ainda recomendam precaução

Marielle Fernandes/PMC
Marielle Fernandes/PMC
Algumas cidades já tem leitos de UTI para covid-19 totalmente vazios

São Paulo – Boletim divulgado nesta sexta-feira (25) pelo Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), informa que todos os estados e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação de UTIs para covid na rede pública abaixo de 60%. É a primeira vez, desde junho de 2020, quando a Fiocruz iniciou o monitoramento, que todo o país está fora da “zona de alerta”.

Os pesquisadores atribuem esse resultado ao avanço da vacinação no país. “Porém, este avanço precisa ser ampliado e acelerado para que se reflita em maior velocidade na queda das internações e óbitos”, destacam.

De acordo com o observatório, 82% da população brasileira já tomou a primeira dose. Com duas doses, são 74%. No entanto, apenas 34% tomaram a terceira. O que significa que praticamente dois em cada três brasileiros ainda estão sem o reforço.

Nesse sentido, os pesquisadores alertam que o momento ainda exige atenção nas ações de vigilância em saúde e cuidados. “É importante destacar que esta queda encontra-se acompanhada de taxas ainda significativas de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e incidência de mortalidade por covid-19.”

A Fiocruz ainda considera “prudente”, por exemplo, a manutenção do uso de máscaras para determinados ambientes fechados, com grande concentração de pessoas, como nos transportes coletivos. O mesmo para ambientes abertos em que há aglomerações. O alerta vale principalmente para população mais vulneráveis, imunossuprimidos, maiores de 60 anos (principalmente com doenças crônicas) e gestantes.

Idosos e crianças mais afetados

Nas internações e óbitos por SRAG e covid-19 se destacam grupos extremos da pirâmide etária, de acordo com a Fiocruz. Por um lado, há os idosos que têm a idade como um fator de risco. Os pesquisadores reforça a necessidade de busca ativa daqueles que ainda não tomaram a terceira dose, assim como a aplicação da quarta dose da população elegível.

Na outra ponta, crianças de 5 a 11 anos, em razão da baixa adesão dos seus responsáveis à vacinação. “É importante a vacinação contra a covid-19 para crianças, assim como as demais vacinas do calendário infantil. A população em geral, também deve realizar o esquema completo de vacinação”, pontuam os cientistas.

Casos e óbitos caem, mas em menor velocidade

De acordo com a Fiocruz, os dados registrados entre 6 e 19 de março confirmam a manutenção da tendência de queda de indicadores de incidência e mortalidade por covid-19. Nesse mesmo período, os casos diários – 42 mil em média – caíram 32% em relação às duas semanas anteriores. As mortes pela queda vem ocorrendo em menor velocidade. Tal quadro, segundo os pesquisadores, pode apontar para um período de estabilidade nas próximas semanas. Mas ainda com altas taxas de contaminação e mortes.

Balanço da covid no Brasil

O Brasil registrou hoje 256 mortes pela covid-19, de acordo com Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Assim, a média semanal de óbitos voltou a cair, ficando em 253/dia. Nas últimas 24 horas, as autoridades de saúde também registraram 34.576 novos diagnósticos da doença. Nesse quesito, a média móvel semanal também caiu, para 32.735 casos/dia.

Ao todo, já são 658.566 mortes pela covid-19 oficialmente registradas no Brasil. E pouco mais de 29,8 milhões de casos da doença.

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass


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