vidas perdidas

Em queda, mas longe do fim, covid chega a 650 mil mortos no Brasil

Especialista destaca que a queda de casos e mortes vem “desacelerando”, principalmente nas regiões Norte e Sudeste

Breno Esaki/Agência Saúde DF
Breno Esaki/Agência Saúde DF
Embora os casos e internações estejam em elevação, as vacinas seguem cumprindo o importante papel de impedir mortes e o agravamento de muitos casos

São Paulo – O Brasil registrou nesta quarta-feira (2) 370 mortos pela covid nas últimas 24 horas. Assim, ao todo, são 650 mil mortos oficialmente desde o início da pandemia, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). A marca simbólica, contudo, já deve ter sido ultrapassada, pois Mato Grosso, Paraíba e Tocantins não conseguiram comunicar seus dados ao Ministério da Saúde. Desse modo, a média móvel de óbitos recuou para 512/dia, a menor desde 28 de janeiro.

São cerca de 3.037 mortes por milhão de habitantes no Brasil. Assim o país ocupa a 15ª colocação no ranking de óbitos proporcionalmente à população, segundo a plataforma Our World in Data. Em números absolutos, o Brasil está em segundo lugar, atrás apenas dos Estados Unidos, que acumulam mais de 925 mil óbitos desde o início da pandemia.

As autoridades de Saúde também registraram hoje 30.995 novos casos de covid-19 no Brasil. Trata-se de um aumento de cerca de 30% em relação ao dia anterior, quando foram computados 23.545 novos casos. A média móvel de casos, contudo, ficou em 51.039/dia. É o menor índice desde 11 de janeiro, durante a escalada da onda ômicron. Ao todo, o país soma mais de 28,8 milhões de casos da doença.

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass)

Cuidados

Apesar da queda recente nos níveis de casos e óbitos, o biólogo Leonardo Rovatti, integrante da Rede Análise Covid-19, alerta para os cuidados no pós-Carnaval. Ele lembra que, mesmo vacinadas, as pessoas que viajaram ou participaram de aglomerações podem estar contaminadas, mas assintomáticas.

Nesse sentido, o risco é transmitir para grupos mais vulneráveis. Assim, ele redobra as recomendações sobre o uso de máscaras de alta proteção. “Então tome ainda mais cuidado esses próximos dias, usem máscara PFF2/N95 e evitem ao máximo encontros com idosos e crianças”, tuitou.

Já o cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt, coordenador da Rede Análise Covid-19, destacou a queda dos números da pandemia no Brasil. Mas ressalvou que ainda não é possível saber se essa queda representa uma “reversão” definitiva.

Por outro lado, ele ressaltou que a velocidade dessa queda vem “desacelerando”, principalmente nas regiões Norte e Sudeste. Já as demais regiões “aparentam ainda estar caindo em uma velocidade muito similar desde o começo da queda”.

“Em resumo, a queda continua, apesar de sua velocidade ter dado uma leve desacelerada. Tivemos essa mesma queda em 2021, praticamente não tínhamos vacinas, então a explosão que ocorreu em março/21 foi um desastre. Hoje, temos cobertura vacinal (ainda não ideal, mas temos)”, disse o especialista pelas redes sociais.

Autotestes

A partir desta semana, os brasileiros começam a ter acesso aos autotestes para a covid-19, uma nova arma na prevenção e controle da doença. São quatro os exames desse tipo que foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Grandes redes de farmácia anunciaram que os autotestes estarão disponíveis a partir de sexta-feira (4), nas lojas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Posteriormente, devem ampliar a oferta para os demais estados.

Uma dessas redes já disponibiliza esses exames para a compra online desde ontem. Nas lojas físicas e virtuais, o valor estimado é de R$ 69,90. O preço chega a ser cerca de 80% mais caro do que os valores praticados em países europeus, por exemplo. Especialistas também criticam a falta de acesso gratuito aos autotestes no SUS.


Leia também


Últimas notícias