Salvar vidas

Consórcio do Nordeste recomenda proibição de festas privadas e cancelamento do carnaval

Objetivo dos especialistas é evitar uma nova explosão de casos, como ocorreu no final do ano, após o surgimento da variante ômicron

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Alerta é para que, em vez das máscaras de Carnaval, população as PFF2/N95 para conter a transmissão do coronavírus

São Paulo – O Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Consórcio do Nordeste recomendou nesta quinta-feira (3) que festas privadas e shows de carnaval sejam proibidas na região. Além disso, o órgão também aconselha que governos estaduais e municipais cancelem o feriado de carnaval, como em 2021. Em condições normais, a folia ocorreria entre os dias  26 de fevereiro e 1º de março. O objetivo é evitar aglomerações que possam contribuir para o aumento de casos de covid-19. Nesse sentido, a decisão levou em conta a atual onda de transmissão que vem sendo causada pela variante ômicron.

“Os efeitos da nova variante no Brasil ficaram evidentes no início de janeiro deste ano. Em poucas semanas, o número de novos casos diários da Covid-19 se elevou de forma exponencial“, diz o texto assinado pelos coordenadores Carlos Gabas e Sergio Rezende. Dessa maneira, o Comitê Científico destacou que as festas particulares no Ano Novo intensificaram a transmissão do vírus. As viagens, em função do feriado, também teriam efeito semelhante. É o que se pretende evitar nesse momento.

O órgão é composto por especialistas de diversas áreas, como saúde coletiva, medicina clínica, direito sanitário, administração, ciência da computação, engenharia clínica, epidemiologia, entre outros e foi criado para assessorar os governadores da região no combate à pandemia.

“O Comitê Científico tem clareza sobre as dificuldades políticas e os prejuízos econômicos decorrentes desta medida. Porém, o mais importante no momento é salvar vidas. E vidas não têm preço!”, afirma o boletim. O órgão sugere que, após o fim da pandemia, novos feriados extraordinários poderiam ser criados pelos governos.

Segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o cancelamento das festas de carnaval no Nordeste deve causar a redução do total de 25 mil empregos temporários que seriam criados na temporada.

Vacina e máscara

Além disso, para conter a transmissão do coronavírus, recomendam intensificar a vacinação. Isso porque os vacinados tem muito menos chances de desenvolver quadros graves da doença que necessitem internação. Por outro lado, o Consórcio destaca que o ritmo da vacinação caiu nos últimos dois meses.

Por isso, orientam que os governos federal, estaduais e municipais promovam campanhas de estimulo à imunização, combatendo às fake news disseminadas pelas redes sociais. Também sugerem a “busca ativa” daqueles que ainda não receberam a segunda dose.

Outra indicação é que os estados mantenham o uso obrigatório de máscaras. Especialmente em lugares fechados ou com aglomerações. “Nestes locais deve-se estimular o uso de máscaras N95 ou FPP2 que devem ser supridas pelas empresas ou pelo setor público, para os grupos que não possam adquiri-las”.

Situação nos estados

Na maioria das capitais, as festas públicas de carnaval já haviam sido canceladas. Mas ainda há brechas para a realização de festas particulares. Na Bahia, por exemplo, o governo estadual reduziu a capacidade de eventos de 5 mil para 1.500 pessoas.

Em Pernambuco, esse limite shows e eventos podem ocorrem 50% da capacidade ou até mil pessoas em ambientes fechados, e 3 mil em locais abertos. Mas a tendência é que as autoridades restrinjam ainda mais esses critérios ao longo do mês, para evitar novo surto durante o carnaval.


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