Recomendação

SUS deve distribuir autoteste de covid-19 em massa e orientar população

Conselho vinculado ao ministério recomenda que Saúde distribua os autotestes e também máscaras de alta filtragem, como a PFF2ou NN95

Dronepicr/Wikimedia commons
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Autoteste para covid-19 já é usado em diversos outros países

São Paulo – O Conselho Nacional de Saúde (CNS) publicou nesta sexta-feira (29) recomendação para que o Ministério da Saúde promova distribuição em massa aos testes RT/PCR para diagnóstico de covid-19. E também do teste de antígeno para o controle da covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Conselho orienta ainda que mesmo as pessoas que não apresentem sintomas sejam testadas, porque assintomáticos também podem ser vetores de contágio.

A medida foi anunciada depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar a venda do autoteste de covid-19 nas farmácias. E já vinha sendo discutida pelo CNS diante do crescimento dos casos de covid-19, sobretudo após a chegada da variante ômicron.

Em debate na quarta (26), o pesquisador Júlio Croda, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), voltou a a alertar que o Brasil testa pouco. “Existia perspectiva de melhoras com a técnica do RT/PCR, com a promessa de um plano nacional de testagem para Atenção Primária. Entretanto, com a chegada da ômicron, ainda há muita dificuldade de garantir esse acesso”, disse.

Autoteste para todos

Segundo o especialista, há experiências positivas com autoteste de covid-19 como política pública nos Estados Unidos e na Inglaterra. “Autoteste deve ser regulado e estimulado em nível federal, tem que ser braço na política pública. Desse modo, não pode ser só para quem tem dinheiro para comprar na farmácia”, explicou. Não à toa, a recomendação responsabiliza o Ministério da Saúde pela distribuição de autoteste de covid-19 para a população no âmbito do SUS. Além disso, deve registrar a notificação em caso de resultado positivo.

O CNS defende ainda que o Ministério da Saúde garanta aos usuários orientações para o autocuidado quanto às medidas sanitárias. Entre elas, tempo de isolamento, uso de álcool gel, intensificação do distanciamento, uso correto de máscaras. Assim como o atendimento nos serviços de saúde quando necessário.

A recomendação traz ainda outras medidas que, tomadas em conjunto, podem ajudar na redução da disseminação da ômicron no país. Uma das medidas pede que sejam descentralizados os pontos de vacinação contra a covid para as crianças de 5 a 11 anos para evitar aglomerações.

Distribuição de máscaras

O Conselho pede ainda a obrigatoriedade do uso e a distribuição de máscaras de proteção respiratória de alta filtragem (PFF2 ou NN95) e álcool 70% para toda a população por meio do SUS. Desde o início da pandemia, essa tem sido uma das medidas recomendadas pelo CNS junto ao Ministério da Saúde. Apesar das necessidades apontadas pela entidade, o governo federal ainda não as adotou.

A entidade recomenda ainda a adoção do prazo de 10 dias como o mínimo necessário para o isolamento de casos de covid-19. Nesta semana, o governo reduziu para sete dias, nos casos de teste positivo.

Clique aqui para ler a recomendação na íntegra.


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