Estado crítico

Seis estados e DF têm mais de 80% das UTIs ocupadas, alerta Fiocruz

Com avanço da ômicron, Brasília (98%), Rio de Janeiro (98%), Belo Horizonte (95%) estão à beira do colapso, caso não haja ampliação de leitos

Geovana Albuquerque/Agência Saúde-DF
Geovana Albuquerque/Agência Saúde-DF
DF e 13 estados ampliaram o total de leitos de UTI para covid-19 na última semana

São Paulo – O cenário é de piora nas taxas de ocupação de leitos em UTIs para covid-19 no SUS, de acordo com o Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Com isso, está aumentando a pressão nos sistemas de saúde do país, em função da explosão de novos casos de covid-19 causada pela variante ômicron. Segundo o relatório, seis estados, o Distrito Federal e nove capitais estão em “alerta crítico”, com mais de 80% dos leitos ocupados. Outros 12 estados e 14 capitais estão em “zona de alerta intermediário”, com mais de 60% de ocupação. A nota técnica da Fiocruz foi divulgada nesta quarta-feira (26), com base nos dados da última segunda-feira (24).

Os pesquisadores do Observatório afirmam que, proporcionalmente, é menor o número de casos que necessitam de internação. Essa redução se dá por conta do avanço da vacinação. Ainda assim, com a “elevadíssima transmissibilidade” da ômicron, os números totais de internados são “expressivos”.

Nos estados

Goiás (82%), Pernambuco (81%) e Espírito Santo (80%) se mantiveram na zona de alerta crítico. Somaram-se ao grupo o Distrito Federal (98%), Rio Grande do Norte (83%), Piauí (82%) e, Mato Grosso do Sul (80%). Na zona de alerta intermediário permaneceram Amazonas (75%), Roraima (70%), Pará (76%), Tocantins (77%), Ceará (75%) e Bahia (67%). E entraram Rondônia (65%), Amapá (69%), Rio de Janeiro (62%), São Paulo (66%) e Paraná (61%).

Nesse sentido, as taxas de ocupação de UTIs para tratar a covid pioraram, com um aumento de pelos menos cinco pontos percentuais em 12 unidades da Federação: Distrito Federal (74% para 98%), Rio Grande do Norte (65% para 83%), Piauí (67% para 82%), Mato Grosso do Sul (65% para 80%), Pará (63% para 76%), Roraima (60% para 70%), Amapá (45% para 69%), Rondônia (54% para 65%), São Paulo (49% para 66%), Paraná (56% para 61%), Rio Grande do Sul (49% para 57%), e Acre (25% para 45%).

Por outro lado, houve melhora nas taxas do Maranhão (60% para 57%), Pernambuco (86% para 81%) e Mato Grosso (84% para 78%). Além disso, para conter a alta nas internações, 13 estados e o Distrito Federal ampliaram o total de leitos em UTIs para covid-19 na última semana. O estado do Ceará, por exemplo, saltou de 238 leitos para 328.

Capitais

As capitais que estão na zona de alerta crítico são: Brasília (98%), Rio de Janeiro (98%), Belo Horizonte (95%) Fortaleza (93%), Porto Velho (89%), Natal (percentual estimado de 89%), Macapá (82%), Rio Branco (80%), , Cuiabá (89%). Catorze estão na zona de alerta intermediário: Campo Grande (79%), Teresina (percentual estimado em 79%), Vitória (77%), Goiânia (75%), Manaus (75%), São Paulo (71%), Curitiba (71%), Boa Vista (70%), Florianópolis (69%), Palmas (69%), Salvador (67%), Maceió (65%), São Luís (64%), Porto Alegre (60%).

Avaliação

“Não se pode ignorar que o quadro está piorando, apesar de estar claro que o cenário com a vacinação é muito diferente daquele observado em momentos anteriores mais críticos da pandemia, nos quais se dispunha de muito mais leitos”, aponta o boletim.

Por outro lado, os pesquisadores da Fiocruz destacam que não vacinados e os que ainda não tomaram a dose de reforço estão mais suscetíveis a formas mais graves da infecção com a ômicron. Alertam que durante o verão são comuns os registros de aglomeração e a negligência com o uso de máscaras de boa qualidade, bem como o desrespeito ao período de isolamento para contaminados.

Com isso, apontam como fundamentais os esforços para ampliar a vacinação e reduzir a disseminação da doença, com o endurecimento da obrigatoriedade de uso de máscaras e de passaporte vacinal em locais públicos. Também recomendam campanhas para orientar a população sobre o a necessidade de isolamento assim que surgirem os primeiros sintomas. A estratégia deve ser adotada, inclusive, para evitar também a contaminação de familiares que vivem na mesma residência.


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