Vacinação infantil

São Paulo abre pré-cadastro para vacinação das crianças de 5 a 11 anos contra a covid

Governo estadual diz ter capacidade para atender diariamente cerca de 250 mil crianças em 5,2 mil pontos. Comitê científico também prorrogou uso de máscara até 31 de março, mas evitou novas restrições, mesmo com alta nas contaminações

Marcelo Camargo/EBC
Marcelo Camargo/EBC
Inicialmente, a prioridade da vacinação será das crianças com algum tipo de comorbidade ou deficiência, além de indígenas e quilombolas


São Paulo – Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (12), o governo de São Paulo anunciou a liberação do pré-cadastro de crianças de 5 a 11 anos para a vacinação contra a covid-19. Os pais ou responsáveis poderão, a partir de hoje, cadastrar os dados das crianças na plataforma Vacina Já, que organiza as informações sobre a vacinação no estado. “A partir de hoje, os pais já podem incluir os filhos de 5 a 11 anos no sistema. O pré-cadastro agiliza o atendimento na vacinação. Basta acessar o site do governo e incluir os dados solicitados no formulário eletrônico”, disse o governador João Doria (PSDB).

A previsão é que o primeiro lote do Ministério da Saúde com 600 mil doses dos imunizantes infantis chegue nesta quinta (13). Na semana passada, Doria afirmou que o estado tem capacidade para vacinar mais de 250 mil crianças por dia em 5,2 mil pontos. Segundo a coordenadora de controle de doenças da Secretaria da Saúde, Regiane Cardoso de Paula, a estimativa é imunizar cerca de 4,3 milhões de crianças de 5 a 11 anos.

Inicialmente, a prioridade da vacinação será das crianças com algum tipo de comorbidade ou deficiência, além de indígenas e quilombolas. .

Leia mais: Vacinar crianças é essencial para evitar mortes, afirma Fiocruz

Alta nas contaminações no estado

Nos últimos dias, diante da alta no número de internações por covid no estado, o governo Doria havia prometido novas medidas para controlar a pandemia. Na coletiva desta quarta, o comitê científico anunciou apenas que recomendará as prefeituras que eventos esportivos, musicais e festas operem com 70% do público. Os municípios deverão ainda exigir o comprovante de vacinação. O uso obrigatório de máscara também foi prorrogado em todo o estado para até 31 de março. 

“A sugestão do governo do estado para os municípios é que faça redução de 30% na capacidade de público nesses eventos, mas deixa em aberto que isso fica a critério dos municípios. Dependendo da situação epidemiológica dos municípios, esse percentual pode ser alterado para mais”, afirmou o médico e integrante do comitê de saúde de São Paulo João Gabbardo.

O governo Doria também descartou a retomada das restrições de funcionamento para o comércio, bares, restaurantes e outros serviços. Ainda ontem, o estado havia confirmado que seguirá as novas regras de isolamento social definidas na segunda (10) pelo governo de Jair Bolsonaro. Com isso, a secretaria irá reduzir o tempo de quarentena de 10 para sete dias em casos leves e moderados de covid-19. O governador disse ter encaminhado ofício para o Ministério da Saúde solicitando o envio de mais de 2,5 milhões de testes extras para a distribuição às prefeituras. 

Redução no isolamento

A redução do período de isolamento, no entanto, é criticada por especialistas. Pelo twitter, o infectologista Gerson Salvador, do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), observou que “o mais seguro”  seria a manutenção dos 10 dias. “A redução de dias de isolamento na covid-19 se deve mais a fatores econômicos, e da necessidade de prover profissionais para setores essenciais, do que critérios estritamente científicos”, escreveu.

Conforme reportagem da RBA, desde dezembro dados do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo mostram significativo aumento do número de internações pela covid-19. As altas são registradas principalmente na capital, Grande São Paulo e Baixada Santista. O total de internados em enfermarias no estado subiu de 1.712 no dia 29 de dezembro para 3.413 ontem (11). No mesmo período, houve aumento de 58% de pacientes em UTI, de 1.096 para 1.727. 


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