Vacina salva

No Rio, 9 em cada 10 internados não tomaram vacina ou têm doses em atraso

Taxa de óbito em idosos vacinados é 27 vezes menor em relação aos que não estavam imunizados ou com o esquema vacinal incompleto

Marcos de Paula / Prefeitura do Rio
Marcos de Paula / Prefeitura do Rio
Cariocas adultos não vacinados são apenas 2,2%, mas respondem pela maioria das internações

São Paulo – De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, entre os pacientes internados com covid, apenas 12% estão com o esquema de vacinação completo e sem sintomas graves da doença. Por outro lado, o órgão informa que 46% das hospitalizações são de pacientes que não tomaram nenhuma dose da vacina. Quando ampliado para os que estão com o esquema vacinal incompleto – com a segunda dose ou a de reforço em atraso – esse índice vai a 88%. Os dados comprovam, mais uma vez, a eficácia da imunização.

De acordo com aquela Secretaria, atualmente são 821 internados na capital fluminense. A taxa de ocupação dos leitos de UTI voltados para a covid-19 saltou de 1,7% para 65% nas últimas três semanas. Esse crescimento é atribuído à disseminação da variante ômicron. Ainda que muito mais transmissível, os dados indicam que a nova variante está impactando com gravidade aqueles que não estão com a vacinação contra a covid em dia.

Entre os cariocas, 82% estão com o esquema vacinal completo. Para os maiores de 18 anos, esse índice alcança a taxa de 97,8%, de acordo com painel da prefeitura. Já as doses de reforço foram aplicadas em um terço da população total (33,5%). E em 42,8% dos maiores de 18 anos.

Internações e óbitos por faixa etária

Nesse sentido, as taxas de internação e óbito pela covid, entre dezembro e janeiro, segundo o status da vacinação, também comprovam a eficácia dos imunizantes. Entre os idosos não vacinados ou com vacinação incompleta, a taxa de internação é de 429 por 100 mil habitantes. Assim, o índice é 17 vezes maior em relação aos idosos com dose de reforço (24,9 por 100 mil).

Similarmente, essa diferença aumenta para 27 vezes quando considerados os óbitos nessa faixa etária, com 78 por 100 mil para não vacinados ou com vacinação incompleta, contra apenas 2,9 por 100 mil para os idosos que tomaram a dose de reforço.

Entre pessoas de 12 a 59 anos a taxa de internação entre não vacinados ou com vacinação incompleta (17,5 por 100 mil) foi 10 vezes a taxa de internados com dose de reforço (1,77 por 100 mil). Além disso, nos últimos dois meses, não houve registro de mortos entre os que tomaram o reforço, contra 1,8 por 100 mil em relação àqueles com a vacinação incompleta.

Faltam testes

Por outro lado, o estado do Rio de Janeiro corre o risco de ficar sem testes de covid-19 em uma semana. Com estoques perto do fim, a Secretaria Estadual de Saúde disse nesta quinta-feira (27) que pediu 3 milhões de kits de testagem ao governo federal na semana passada. Mas, segundo a pasta, o Ministério da Saúde ignorou a solicitação. Na semana passada, quando questionado sobre a escassez de testes do no Brasil, o ministro Marcelo Queiroga negou, e disse se tratar de uma “narrativa“.

O primeiro pedido havia sido feito no último dia 19, e reforçado na terça (25). A remessa solicitada seria suficiente para garantir o funcionamento dos postos de testagem durante um mês. De acordo com a secretaria, diante da onda ômicron, são cerca de 800 mil testes utilizados a cada sete dias.

Ao Bom Dia Rio, da TV Globo, o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, disse ter “dados preliminares” que indicariam a estabilidade da transmissão da doença na capital. No entanto, ele prevê o alastramento da ômicron para o interior do estado, o que deve aumentar a demanda por testes.


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