OUTRA CEPA

França identifica nova variante do coronavírus com 46 mutações

Especialistas afirmam que dados primários indicam que não há “severidade” na nova versão do vírus

NIAID
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Com 12 casos confirmados, a B.1.640.2, intitulada de “IHU”, tem 37 deleções genéticas, nome dado às alterações cromossômicas. Entre elas, nove são na proteína spike

São Paulo– A França identificou nova variante do coronavírus com 46 mutações genéticas. Com 12 casos confirmados, a B.1.640.2, intitulada de IHU, tem 37 deleções genéticas, nome dado às alterações cromossômicas. Entre elas, nove são na proteína spike, utilizada pelo vírus para se prender às células humanas.

Os primeiros casos da nova variante foram observados na localidade de Forcalquier, na região de Provença-Alpes-Costa Azul. Na mesma região, mas em Marselha, uma dezena de casos surgiram associados a viagens aos Camarões, país que faz fronteira com a República do Congo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica as variantes em três categorias: de interesse, de preocupação e sob monitoramento. Enquanto a ômicron é uma variante de preocupação, a “IHU” está na última categoria. Ao todo, 17 variantes que a OMS observou desde o início da pandemia mostraram ser de curta duração ou menos ameaçadoras.

‘Sem pânico’

Apesar do surgimento da nova cepa, especialistas afirmam que não há motivos para pânico. Mesmo com alto número de mutações, o biólogo Atila Imarino afirma que isso não indica a severidade da IHU. “Já teve muita variante cheia de mutações que sumiu (lembra da Mu ou da C.1.2?). Tem que acompanhar e ver se os casos crescem mais do que outras”, explicou em seu Twitter.

A biomédica Mellanie Fontes-Dutra, coordenadora da Rede Análise Covid-19, endossa a tese de que não há motivos para preocupação, pois a cepa não é responsável pelo aumento de casos na França. Segundo ela, a nova linhagem foi reconhecida ainda em dezembro do ano passado e há uma discussão sobre seu potencial. “Ela vem sendo monitorada como todas as outras, mas ela não conseguiu sequer competir com a Delta no período. Dificilmente competiria com a Ômicron, segundo o que alguns especialistas vem apontando”, explicou.

Na sua conta pessoal do Twitter, o virologista do Imperial College de Londres, Tom Peacock, indica que a primeira identificação sobre a variante IHU foi publicada a 4 de novembro, enquanto a ômicron ocorreu “três semanas depois”. “Definitivamente não vale a pena se preocupar muito no momento”, resumiu o especialista.

A França registrou 271.686 mil novos casos de covid-19 em 24 horas, informaram as autoridades sanitárias do país na última terça-feira (4). Esta foi a maior contagem em apenas um dia. Em meio à proliferação da variante ômicron do novo coronavírus, Grécia e Suécia também anunciaram recordes de novos infectados: 50,1 mil e 11,5 mil, respectivamente.


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