Variante ômicron

Exigência de passaporte da vacina cresce, mesmo sob ataque de negacionistas

Rio de Janeiro aumenta exigência do passaporte, enquanto 17 estados já adotam medidas para fazer frente à nova variante do coronavírus

Prefeitura Municipal de Jundiaí / Divulgação
Prefeitura Municipal de Jundiaí / Divulgação
Governos têm adotado a exigência do passaporte para fazer frente à nova variante do coronavírus

São Paulo – A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou na manhã desta quinta-feira (2) que vai passar a exigir o passaporte sanitário em mais locais para fazer frente à chegada da variante ômicron do coronavírus no Brasil. Assim, o passaporte da vacina será exigido em bares, lanchonetes, restaurantes e refeitórios; transporte de passageiros por taxímetro ou aplicativo; boates, casas de espetáculos, festas e eventos em geral; hotéis, pousadas e aluguel por temporada; salões de beleza e centros de estética; shopping centers e centros comerciais; e academias de ginástica e clubes. Anteriormente, o passaporte era solicitado apenas em estádios esportivos, cinemas e teatros, museus e em convenções.

“A gente está muito preocupado com a nova variante. A princípio, é uma variante que responde bem à vacinação. A vacina protege contra a variante ômicron, não temos nenhuma evidência que indique o contrário”, afirmou o secretário de Saúde, Daniel Soranz, ao portal G1.

Ontem, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), também anunciou que vai decretar a exigência do passaporte da vacina frente à variante ômicron.

Segundo levantamento do jornal paranaense A Gazeta do Povo, 17 estados, além do Distrito Federal, já adotaram algum tipo de restrição a quem não se vacinou contra a covid-19.

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De acordo com levantamento da Confederação Nacional dos Municípios, que consultou 2.362 gestores municipais (42,44% do total), entre 16 e 19 de novembro 380 cidades brasileiras já adotavam a medida (16,1% do total consultado).

Negacionistas de plantão

Apesar das precauções dos gestores públicos em evitar a disseminação da variante ômicron, políticos conservadores mantêm suas teses negacionistas e atacam o passaporte de vacinação, ou sanitário, como também é chamado.

O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) afirmou nas redes sociais nessa quarta-feira que o passaporte sanitário “é ignorância ou hipocrisia! Assim como a vacinação em crianças!”

Na Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado Gil Diniz, também conhecido como Carteiro Reaça, ataca o passaporte vacinal. Em sua conta no Twitter, ele afirma: “Aprovada a Urgência do PL 668/2021! Sou co-autor desse projeto de lei e sei da importância da proibição do passaporte vacinal no estado de SP! Parabéns aos deputados que apoiam esse Projeto, principalmente aos autores do mesmo”.

Diniz foi eleito em 2018 pelo PSL, a mesma sigla de Bolsonaro, mas foi expulso em 2020, por disseminação de notícias falsas.

Inconstitucionalidade

Também deputada estadual em São Paulo, a advogada Janaina Paschoal usa seu twitter para questionar situações em que o passaporte sanitário é solicitado. “Parabéns à CCJ da Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto, por reconhecer a inconstitucionalidade do passaporte da vacina! Em várias cidades, pessoas estão sendo impedidas de retirar seus remédios, sem comprovar vacinação. Não somos contra as vacinas, mas a favor da liberdade!”