cautela e responsabilidade

Comitê de cientistas do Nordeste recomenda proibição do Carnaval

Comitê Científico do Nordeste pede a não realização do Carnaval e de festas de fim de ano. Pesam o avanço da variante ômicron e negacionistas de extrema-direita

Wikimedia Commons
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Também preocupa a desigualdade vacinal, que deixa a parte mais pobre do mundo sem vacinas, o que pode provocar o surgimento de novas mutações

São Paulo – O Comitê Científico do Nordeste emitiu hoje (3) uma nota para recomendar a proibição de festividades de fim de ano e do Carnaval. Pesam sobre a manutenção de medidas mais duras para conter a covid-19 o avanço da variante ômicron; as aglomerações de Natal e Ano Novo; além do “negacionismo alimentado por movimentos de extrema-direita” em todo mundo. Também preocupa a desigualdade vacinal, que deixa a parte mais pobre do mundo sem vacinas, o que pode provocar o surgimento de novas mutações.

“Países pobres, em especial do continente africano, convivem com a falta crônica de recursos para aquisição de vacinas e a falta de mecanismos internacionais que supram essa carência e corrijam suas baixas taxas de vacinação. Este fato é importante, pois expõe as desigualdades entre países e evidencia a falta de solidariedade internacional”, aponta o Comitê. Os anseios do conselho científico do Consórcio Nordeste estão alinhados com cientistas e com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Todos apontam como urgente lidar com a desigualdade vacinal e combater o negacionismo científico.

Negacionismo no mundo

O Brasil é apontado como o país da América com menor índice de negacionismo e hesitação vacinal. Entretanto, entidades temem que o avanço da extrema-direita possa repercutir em resultados negativos. Mesmo o presidente desse grupo político radical, Jair Bolsonaro, é contra vacinas, divulgou mentiras sobre eficácia e segurança delas, e ele mesmo afirma não ter se imunizado. Esse mesmo movimento existe em outras regiões do mundo.

Para conter o negacionismo e a hesitação vacinal, a Alemanha, assim como a Áustria, adotou um “lockdown” para não vacinados. O país vive uma escalada de casos sem precedentes desde o início do surto, em março de 2020. Com ampla oferta de vacinas, mas baixa adesão da população, menos de 70%. A OMS indica níveis superiores a 80% para controle local do surto. “A situação é muito séria, o número de infecções estabilizou-se em um patamar muito alto”, disse a chanceler do país, Angela Merkel.

Na prática, os negacionistas estão sujeitos a multas caso saiam de casa a não ser para atividades básicas como idas ao supermercado e farmácias.

Balanço

Enquanto a variante ômicron avança no mundo e no Brasil, o país registrou hoje (3) 221 mortos pelo vírus. Desde o início do surto, em março de 2020, ao menos 615.400 vítimas foram registradas no país, sem contar ampla subnotificação. No mesmo período foram contabilizadas 10.627 infecções pelo coronavírus, totalizando 22.129.409, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Estão imunizados com duas doses de vacinas cerca de 63% da população vacinada. Tomaram uma dose por volta de 80% dos brasileiros.

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass


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