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Brasil registra três casos da variante ômicron. Seguem estudos sobre a cepa

Estudos sobre a variante ômicron aponta, inclusive, que origem da cepa pode não ser africana; apenas cientistas competentes da África do Sul a sequenciaram

Warley de Andrade/TV Brasil
Warley de Andrade/TV Brasil

São Paulo – O Brasil registrou nesta quarta-feira (1º) 283 mortes por covid-19 em 24 horas. Com o acréscimo, 614.964 pessoas já morreram no país, desconsiderando ampla subnotificação. Também foram registradas 11.413 infecções, totalizando 22.105.872. Dos casos confirmados, três foram sequenciados como sendo da variante ômicron do coronavírus. A cepa ainda está em estudo, mas é uma das cinco consideradas como “variante de preocupação” pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass)

O vírus foi notificado pela primeira vez por cientistas da África do Sul. Entretanto, estudos mais recentes sustentam que a origem pode não ter sido no continente africano. Isso porque a Holanda informou que a cepa circulava no país há, ao menos, 11 dias antes da informação sul-africana. Fato este que revela como a postura do governo brasileiro de fechar fronteiras exclusivamente com países africanos é equivocada.

“Cientistas sul-africanos foram capazes de detectar e sequenciar uma nova variante do SARS Cov 2. No mesmo instante, divulgaram de forma transparente a sua descoberta. Ao invés de um aplauso, o país foi castigado (…) Mais uma vez, a ciência ficou refém da política. Uma vez mais, o medo toldou a razão. Uma vez mais, o egoísmo prevaleceu”, afirmam os escritores Mia Couto e José Eduardo Agualusa, de Moçambique e Angola, respectivamente, em texto conjunto.

Estratégias contra a ômicron

A estratégia do governo Bolsonaro de impedir voos exclusivamente de países africanos sequer faz sentido técnico, explica o pesquisador em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Marcelo Gomes. “Galera faz de conta que controle de fronteira é o mesmo que fechar fronteira. Só pra não ter que investir em testagem e estabelecer isolamento e quarentena de passageiros internacionais em geral. Fecha pra meia dúzia de países e faz de conta que está agindo”, afirma.

Além das medidas conhecidas que devem ser reforçadas neste momento, como isolamento e uso de máscaras, segue consensual a necessidade de vacinação. Até o momento, ainda não existe confirmação se os imunizantes perdem efetividade diante da ômicron. Ao contrário, estudos preliminares apontam para a manutenção de grande eficácia dos imunizantes. “Até o momento, não temos um indicativo de que as vacinas dispostas hoje não forneceriam algum grau de proteção para a ômicron. Estudos estão sendo feitos e devemos aguardar mais evidências”, relata a neurocientista Mellanie Fontes-Dutra.


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