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Observatório Covid-19 mostra a relevância da Fiocruz na produção de informações

Iniciativa da Fiocruz ajuda, desde o início da pandemia, a nortear o jornalismo e a sociedade com informações confiáveis no combate às fake news

Wikimedia Commons/Creative Commons
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"Estamos em uma instituição incrível. Tem nosso lado de servidor público, de pesquisador. Vimos a covid chegando e tivemos que fazer alguma coisa"

São Paulo – “Vivemos um momento único da nossa geração, que será revisitado, certamente, daqui 100 anos e mais”, afirma a pesquisadora e professora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), Margareth Portela sobre a pandemia de covid-19. Margareth faz parte do Observatório Covid-19 da Fiocruz, uma fonte recorrente da RBA para a elaboração de notícias sobre a realidade do país durante este período. A iniciativa ajuda, desde o início da pandemia, a nortear a produção jornalística e a sociedade com informações confiáveis produzidas por cientistas de diferentes áreas.

O Observatório é produzido pelo Canal Saúde da Fiocruz desde abril de 2020, muito próximo à declaração de pandemia da OMS, em março. “Estamos fazendo uma coisa importante. Às vezes a sensação é de estarmos fazendo a coisa mais importante de nossa vida profissional. Estamos em uma instituição incrível. Tem nosso lado de servidor público, de pesquisador. Vimos a covid chegando e tivemos que fazer alguma coisa”, relata ao podcast CoronaFatos, da própria Fiocruz. “A ideia foi agregar. No início, buscamos alternativas, caminhos. Hoje, entretanto, temos também preocupação de deixar documentação”, completa.

Fiocruz contra as fake news

Margareth explica que a iniciativa foi concebida em quatro eixos centrais. Nestes, foram envolvidos cientistas não só da Fiocruz, mas de outras entidades da academia e da sociedade civil. “Epidemiologia e vigilância; organização de serviços e ações de controle; segurança do paciente e segurança dos trabalhadores; e redes sociais e divulgação (…) O observatório foi concebido como um espaço para pesquisadores de diferentes unidades, diferentes áreas de aporte, de uma grande diversidade”.

Além de subsidiar a sociedade com informações, a Fiocruz serve de referência no combate às fake news que inundaram o país e o mundo durante a pandemia. Inclusive, questões do Observatório passaram a ser utilizadas como instrumentos para o Judiciário. “Tivemos um grupo temático de saúde indígena que subsidiou o Supremo Tribunal Federal (STF) em decisões. Essa produção agregada no observatório”, conta.

Postura de cautela

Margareth pondera que a situação atual da covid-19 é “muito melhor, sem sombra de dúvidas. Entretanto ainda há muita preocupação. Nas últimas semanas nosso discurso é o mesmo. Melhorou, mas temos ainda medos de reveses. Não teremos outro março. A vacinação é um fato que modifica muita coisa (…) Não estamos livres de uma nova subida de casos, mesmo que em outra condição. Também não estamos livres de variantes. Então, temos um discurso mais cauteloso. Temos defendido o passaporte da vacina como uma medida de proteção coletiva”.

Episódio completo do podcast CoronaFatos, da Fiocruz: