Perigo não passou

Brasil reduz ritmo de mortes pela covid, mas é recordista em 2021. Conass defende máscaras

Ministro da Saúde, que ficou retido nos Estados Unidos por testar positivo, voltou a falar contra o uso de máscaras. Total de mortes chegou a 600.829

Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado
Manifestação em Brasília no triste dia em que o país chegou às 600 mil mortes pela covid: cuidados precisam continuar

São Paulo – Ao atingir ontem (8) a triste marca de 600 mil mortes registradas em consequência da covid-19, o que levou a protestos em várias regiões, o país reduz o ritmo de óbitos e casos (21,5 milhões), mas os números seguem elevados. Autoridades do governo seguem fazendo declarações no sentido contrário ao da prevenção, enquanto em alguns locais se cogita flexibilizar o uso de máscaras. Mesmo com a queda recente, o Brasil é o país com mais mortes pela covid neste ano: 405 mil.

Neste sábado (9), foram confirmados mais 16.451 casos em 24 horas, totalizando 21.567.181. Com 404 óbitos registrados no período, agora são, oficialmente, 600.829 mortes. A média móvel de óbitos/dia mantém-se abaixo de 500. Agora, está em 444, ante 466 em 9 de setembro. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Ainda ontem, o Conass fez apelo “a todos os gestores do Sistema Único de Saúde” no sentido de que mantenham a obrigatoriedade do uso das máscaras. “A vacinação da população, a testagem e o consequente monitoramento dos casos detectados e de seus contatos, somam-se ao uso de máscaras, à lavagem frequente das mãos e a utilização de álcool em gel como medidas indispensáveis para a superação da pandemia”, afirma o colegiado.

Máscara x camisinha?

Ontem, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a se manifestar contra o uso obrigatório de máscaras. E fez uma comparação despropositada. “O nosso problema não é máscara, são narrativas que não se sustentam. Por exemplo, preservativo diminui doenças, mas vou fazer uma lei pra obrigar o uso?”, afirmou Queiroga, que em recente viagem presidencial ficou retido nos Estados Unidos por testar positivo para a covid.

Em outro comunicado, os secretários estaduais ressaltam o esforço no enfrentamento do “negacionismo perverso” e das fake news, entre outros “desserviços à nação”. Mas tenta divulgar uma mensagem de certa esperança.

Tendência de queda

“Os números de casos e de óbitos estabilizam-se numa tendência de queda; as terapias intensivas esvaziam-se; medicamentos, antes em falta, começam a ter seus estoques regularizados; cirurgias eletivas e outros procedimentos são gradualmente retomados; a vacinação avança de modo consistente e a atividade econômica retoma pouco a pouco o seu ritmo”, diz o Conass. “Todavia, não podemos nos iludir. A pandemia não terminou e as medidas de prevenção continuam a ser essenciais se quisermos vencê-la”, acrescenta, defendendo cooperação entre Ministério da Saúde, estados, municípios e sociedade. Além de um “debate adequado” sobre o orçamento da saúde para 2022.

Até ontem, o Brasil chegou a 98.258.535 milhões de vacinados com as duas doses ou dose único, segundo consórcio de veículos de comunicação. O número equivale a 46,06% da população. Já os que tomaram a primeira dose somam 149.167.255, ou 69,93% do total. E 2.208.662 tomaram a chamada dose de reforço.


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