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Bolsonaro aumenta coleção de mentiras sobre a covid no Brasil

Negacionista crônico, presidente segue conspirando contra a saúde pública, atacando a eficácia das vacinas e do uso de máscaras

São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro deve ser indiciado por nove crimes durante a pandemia de covid-19 no Brasil. Entre eles, charlatanismo, incentivo ao crime, prevaricação, entre outros ligados ao seu crônico negacionismo ante a maior crise de saúde da história do país. Além deles também deverá responder pelos escândalos de corrupção envolvendo o núcleo do governo e a compra de vacinas. Mas, mesmo diante destes fatos, em vez de mudar sua conduta, em live realizada ontem (21) o presidente, novamente, disparou um conjunto “ampliado” de mentiras e falsidades sobre a covid. Fake news irresponsáveis contra vacinas e o uso de máscaras que colocam toda a população em risco.

Bolsonaro disse, por exemplo, que 70% dos mortos com covid no Reino Unido estavam vacinados. A declaração passa longe da verdade, de acordo com dados do National Health Service (NHS). Segundo o equivalente ao SUS naquele país, menos de 1% dos óbitos por covid nos seis primeiros meses deste ano estavam totalmente vacinados. Ao contrário, hospitais brasileiros de referência, como o Emílio Ribas, de São Paulo, informam que, por aqui, os não vacinados representam mais de 99% dos mortos. Portanto, opostamente aos absurdos bolsonaristas, as vacinas provam a cada dia sua eficiência e importância na proteção das populações do mundo contra a infecção.

Pesquisas de diferentes países mostram a alta eficácia das vacinas, inclusive contra a mutação delta, que é mais transmissível. Mesmo com maior poder de circulação, a nova cepa não representou aumento da mortalidade para pessoas que completaram o esquema vacinal.

Mitômano

Além de atacar as vacinas com argumentos vergonhosos para um chefe de Estado, Bolsonaro também despejou desinformação sobre o uso de máscaras. O presidente afirmou que no surto da chamada Gripe Espanhola de 1918 a maioria das vítimas não morreram pelo vírus, mas sim pelo uso de máscaras. “O doutor [Anthony] Fauci dizendo, em um artigo de 2008, que a maioria das vítimas da gripe espanhola não morreu de gripe espanhola. Sabe do que eles morreram, na verdade? De pneumonia bacteriana causada pelo uso de máscaras”, disse, citando o conselheiro do governo dos Estados Unidos para assuntos de epidemia.

Em artigo em 2008 sobre a Gripe Espanhola, Fauci aponta, na realidade, que muitos infectados pelo vírus influenza desenvolveram pneumonia bacteriana em razão da queda da imunidade provocada pela doença. Em nenhuma linha o estudo aponta que máscaras respiratória tenham tido papel negativo durante aquele surto. Ao contrário, é unanimidade na comunidade científica a eficiência delas para evitar o contágio por vírus que se espalham pelo ar.

Balanço

Ao contrário das mentiras de Bolsonaro sobre a covid, o fato é que o avanço da vacinação, vem reduzindo significativamente as mortes e contaminações diárias no Brasil. Hoje (22) o país registrou 460 óbitos em um período de 24 horas, somando tristes 605.139 vítimas, oficialmente notificadas. Patamar ainda trágico, mas já distante das mais de 3 mil mortes diárias em média de abril. Também foram registradas 14.502 novos casos, totalizando 21.711.843 desde o início do surto, em março de 2020. Estão vacinados com duas doses 54,14% dos brasileiros e tomaram ao menos a primeira 78,03%, segundo o Ministério da Saúde.

Números da covid-19 desta sexta-feira (22) no Brasil. Fonte: Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass)


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