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Vacinas apresentam eficácia contra variante delta. Covid-19 segue tendência de recuo

Dos países com aumento de casos relacionados à variante delta, aqueles mais avançados com aplicação de vacinas mantém têm mortes em baixa

Lula marques
Lula marques
Vacinação no Brasil ainda é insuficiente, mas avanço mostra resultados. Médias de casos e mortes diárias são as menores desde o início do ano

São Paulo – O Brasil registrou 1.424 mortos pela covid-19 nas últimas 24 horas e chegou a 544.180 vítimas da doença na pandemia, enquanto com 27.592 novos casos registrados totaliza 19.419.437. Embora sigam elevados, os índices do vírus no Brasil seguem em tendência de queda. A atual média diária de mortes, 1.192, é a menor desde 27 de fevereiro.

A tendência se confirma também entre os casos reportados. A média diária de infecções está em 38.206. O número é a metade das médias observadas durante o pior momento da pandemia até então, chamado de “segunda onda”, entre março e junho deste ano. O índice de casos também é inferior aos dias de pico durante a primeira onda, registrada entre julho e agosto de 2020. Trata-se da menor média de infecções desde 6 de janeiro.

Os números positivos refletem o avanço da vacinação no país. Hoje, o estado mais populoso da federação superou a marca de 50% da população vacinada com primeira dose. São Paulo aplicou a primeira dose de algum imunizante em 50,73% da população, e 18,12% estão vacinados com duas doses – ou receberam a vacina de dose única da Janssen. Em todo o país, estes números apontam para 42,51% da população com uma dose e 16,22% de totalmente imunizados.

“Nós estamos chegando a 130 milhões de doses de vacinas aplicadas. Em alguns estados, mais da metade da população já tomou a primeira dose. Se cuida, que logo mais já foi a vez de todo mundo. E como a absoluta maioria dos brasileiros quer se vacinar, tem muito pra melhorar”, afirma o biólogo e divulgador científico Atila Iamarino.

Cuidados

Embora Atila comemore os bons indicadores, ele lembra que os cuidados não farmacológicos seguem necessários para impedir mortes. Uso de máscaras, distanciamento social, higiene pessoal e boa ventilação, quando encontros são necessários. A epidemiologista da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel reafirma a necessidade de cautela. “É preciso continuar com todas as medidas de prevenção. Não relaxe. evite acreditar que a pandemia acabou e continue fazendo sua parte. Se cuide mesmo que estiver vacinada. A pandemia segue descontrolada. Estamos com cerca de 20% de pessoas vacinadas.”

Para que o surto esteja sob controle, cientistas defendem uma imunização completa acima de 75% da população. Entretanto, o instituto de pesquisas Robert Koch, da Alemanha, estima em 85% das pessoas com 12 a 59 anos de a necessidade de vacinação para que se alcance uma situação de controle. Para aqueles com mais de 60 anos, a meta é de 90%.

A eficácia das vacinas fica ainda mais evidente com o avanço da variante delta do coronavírus. Embora esta mutação, identificada pela primeira vez na Índia, seja até 70% mais contagiosa e diminua a eficácia das primeiras doses das vacinas, os imunizantes seguem apresentando alta eficácia quando aplicadas duas doses.

Eficácia evidente

A Europa e a Ásia enfrentam uma forte escalada no número de novos casos diários. Entretanto, a mortalidade caiu quase a zero entre os países com vacinação mais avançada. Já na Ásia, países com menor alcance vacinal enfrentam o aumento das mortes, que leva parte do continente a retomar medidas intensivas de isolamento social.

Reino Unido e Países Baixos, por exemplo, apresentam números de infecções diárias semelhantes aos piores momentos da pandemia nos países. Entretanto, as mortes não acompanham essa curva. No Reino Unido, cerca de 60% da população está totalmente imunizada, e nos Países Baixos, 40%. A tendência é oposta em países como Tunísia (no norte da África) e Fiji, com 8% e 7,6% das populações vacinadas, respectivamente.

Curva de novos casos (esq.) e de mortes diárias (dir.). Dos países que enfrentam maior aumento nos casos devido à variante delta, aqueles com aplicação de vacinas mais avançada não observam aumento expressivo nas mortes. Fonte: Our World in Data


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