Vacina Soberana 02, de Cuba, alcança 91,2% de eficácia em testes
Outro imunizante, Abdala, teve aprovado o uso emergencial. Cuba é o primeiro país latino-americano a desenvolver com êxito uma vacina contra o coronavírus
Publicado 10/07/2021 - 12h42
São Paulo – A aplicação de duas doses da vacina contra a covid-19 Soberana 02, combinada com uma da Soberana Plus, alcançou uma eficácia de 91,2% para prevenir a doença sintomática causada pelo coronavírus. O anúncio foi feito pela farmacêutica estatal BioCubaFarma, que supervisiona o Instituto Finlay, fabricante do imunizante em Cuba.
A Soberana 02 alcançou ainda eficácia de 75,5% contra a infecção pelo coronavírus, e 100% para sintomas severos da doença e morte.
Nesta sexta (9), a Autoridade Reguladora de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos de Cuba autorizou o uso emergencial de outra vacina produzida no país, a Abdala, produzida pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia. Em ensaios clínicos, a eficácia de três doses aplicadas do imunizante chegou a 92,8%.
“Avançamos com cinco vacinas candidatas e já temos a eficácia do Soberana 02 e do Abdala a partir de um rigoroso processo que vem sendo realizado. Também estamos começando a medir a eficácia das vacinas a partir de estudos de intervenção e intervenções de saúde. São resultados muito animadores ”, destacou o presidente da BioCubaFarma, Eduardo Martínez Díaz.
Cuba é o primeiro país latino-americano a desenvolver com êxito uma vacina contra o coronavírus. O país tem grande tradição no desenvolvimento de imunizantes, produzindo 80% do que é utilizado no país, mesmo com o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos.
O mecanismo da Soberana 02
A vacina Soberana 02 iniciou sua fase de ensaios clínicos em 19 de outubro do ano passado e a Organização Mundial da Saúde (OMS) a incluiu em sua seleta lista de imunizantes para responder à pandemia do coronavírus, tendo a vantagem de poder ser aplicado na população pediátrica.
Ela combina o antígeno do vírus e o toxóide tetânico. Foi desenvolvida para que a imunidade chegue à mucosa do trato respiratório, a fim de evitar a entrada do vírus. Ou seja, além de evitar o desenvolvimento da doença, busca também evitar o contágio, algo que nem todas as vacinas aplicadas até agora garantem.
Leia também:
Com vacinas próprias, Cuba espera imunizar metade da população até agosto