Luta intensa

Profissionais de educação de Porto Alegre começam a ser vacinados

Professores e funcionários voltaram às aulas presenciais no Rio Grande do Sul um mês antes da imunização começar e sindicato estadual da categoria já contabilizou infectados em 62% das escolas

CPERS
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CPERS registra 437 casos de profissionais da educação infectados no Rio Grande do Sul

São Paulo – A vacinação de profissionais da área de educação em Porto Alegre começou nesta quarta-feira (2). A imunização chega após muita luta dos trabalhadores em todo o país, inclusive com greve na capital do Rio Grande do Sul por conta das aulas presenciais voltarem antes da garantia de imunização. São elegíveis a receber as doses profissionais do ensino básico, fundamental, médio e profissionalizante, além dos de creche, pré-escola, EJA (jovens adultos) e ensino superior público e privado.

“É um dia muito importante, esperado por todos nós. A gente lutou muito por esse dia. Então, em primeiro lugar, é uma felicidade muito grande”, disse Laura Méliga, para o repórter Guilherme Oliveira, da TVT. “De forma nenhuma a gente entende que todo esse processo que ocorreu em Porto Alegre foi da forma como deveria, ou seja, com planejamento, segurança e preocupação real com as pessoas. A preocupação, infelizmente, é com o interesse econômico, então continuamos lutando até o final”, acrescentou a professora, logo após receber a dose.

“A escola pública muitas vezes é isso. A janela não abre direito, nós temos ambientes fechados, o nosso estudante, muitas vezes, não tem o bom senso de não chegar perto do professor, então, querendo ou não, é um risco. Ele demonstra afeto, quer mostrar o caderno, chegar perto do professor, então é um meio muito insalubre sem a vacina”, diz a professora Juliana Duarte. “Acho fundamental (a imunização) até porque nós já estamos no presencial há um certo tempo. A gente esperava ansiosamente por esse dia. Finalmente chegou, estou vacinado”, comemorou o também educador Carlos André Castro.

Luta pela vida

A volta às aulas presenciais no Rio Grande do Sul foi decretada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) no dia 3 de maio. Ou seja, quase um mês antes do início da vacinação. Neste período, o CPERS, sindicato da categoria no estado, revela que o canal de denúncia aberto pela representação dos trabalhadores recebeu 437 comunicações de casos em 133 das 199 escolas pesquisadas. Ou seja, em 62% das unidades foram registradas infecções. A antecipação da vacinação de profissionais de educação foi comunicada pelo Ministério da Saúde na sexta (28).

Antes do retorno às aulas presenciais, o CPERS protocolou, em 22 de abril, ofício junto ao gabinete do governador tucano reiterando a exigência da imunização. No dia 12 de maio, o sindicato, representado pela presidenta, Helenir Aguiar Schürer, e o vice Edson Garcia entregou novo ofício. Na ocasião, foram recebidos pelo secretário adjunto da Casa Civil, Bruno Pinto de Freitas. O CPERS informa que continua na luta pela suspensão das aulas presenciais e manutenção das aulas remotas. Reivindica, ainda, testagem e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) compatíveis.


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