#UmAnoDeLutaeLuto

Marcha pela Vida amplia luta pela vacinação e auxílio de R$ 600

Em ato virtual, frente composta por entidades científicas e da saúde coletiva, além de sindicatos e movimentos sociais, também ressaltou a importância do SUS durante a pandemia

Govesp/Fotos Públicas
Govesp/Fotos Públicas
Apesar da falsa sensação de segurança que avança no país, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a pandemia está longe do fim. Isso, porque a variante delta avança em todo o mundo

São Paulo – A Frente pela Vida, que reúne mais de 500 entidades científicas da saúde coletiva, educação, ciência e tecnologia, e sindicatos, dentre outras, realizou nesta quarta-feira (9) a segunda edição da Marcha Pela Vida. Vacina no braço e comida no prato, com a ampliação do auxílio emergencial para R$ 600 deram o tom da manifestação virtual. Além disso, os participantes também defenderam a revogação do Teto de Gastos, que congelou os investimentos públicos nas áreas da Saúde e Educação.

Nas redes sociais, a hashtag #UmAnoDeLutaeLuto concentrou as manifestações dos internautas, com mensagens de pesar pelas vítimas da pandemia. Também responsabilizaram o governo Bolsonaro pelas milhares de vidas perdidas nos últimos 15 meses.

“Quando fizemos a marcha do ano passado, o Brasil estava com cerca de 38 mil mortos por covid-19. Em um ano, esse número aumentou mais do que 10 vezes”, lamentou a presidenta da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Gulnar Azevedo, em entrevista à repórter Dayane Ponte, para o Jornal Brasil Atual.

“A Frente pela Vida construiu um plano de enfrentamento à pandemia. Mas esse plano foi engavetado pelo governo. A gente coloca a necessidade de cuidarmos da população e garantir vacina para todos. E auxílio emergencial, para que as pessoas possam sobreviver a esse momento tão difícil”, disse Gulnar, na abertura da Marcha pela Vida.

De acordo com a diretora da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Cláudia Linhares, o governo federal não foi apenas negligente no enfrentamento da covid-19, “como tem tomado atitudes que cooperam para o agravamento da pandemia em todos os sentidos”.

Em defesa do SUS e da democracia

Para o secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, presidente do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), apesar dos ataques, “aos trancos e barrancos”, o sistema público de saúde tem garantindo o combate à pandemia. “Sem o SUS, teria sido ainda pior”, disse ele. Lula também acusou o governo Bolsonaro de transformar a sociedade em “cobaia” para o “experimento” da chamada “imunidade de rebanho”.

A aposta, segundo ele, foi tentar criar imunidade coletiva “com todo mundo adoecendo”. Da mesma forma, ele destacou que o negacionismo atingiu até mesmo as estatísticas oficiais. “Prestes a atingir 500 mil óbitos, o presidente Bolsonaro questiona os números de óbitos, fazendo o uso indevido de instituições republicanas, como o TCU.”

Para a deputada federal Jandira Feghali, a CPI da Covid tem deixando cada vez mais evidente “o tamanho do crime que se cometeu contra a população brasileira”. Por outro lado, ela também destacou a necessidade de intensificar a luta em defesa da democracia. Como exemplo das ameaças às instituições democráticas, ela citou a decisão do Exército em absolver o general Eduardo Pazuello, que participou de ato político comandado por Bolsonaro.

Nesse sentido, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (​CNTE), Heleno Araújo, acredita que só a mobilização popular é capaz de conter as agressões do governo Bolsonaro. “Fizemos isso no dia 29 maio. E estamos convocando para 19 de junho.”

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Redação: Tiago Pereira – Edição: Helder Lima


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