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Em estudo no Brasil, medicamento da Pfizer reduz em 37% risco de morte por covid-19

Estudo com medicamento da Pfizer contra a covid-19 foi realizado pelo Hospital Albert Einstein, com 289 pacientes internados

Alex Ribeiro/Fotos Públicas
Alex Ribeiro/Fotos Públicas
Resultado dos testes com medicamento para pacientes internados com covid-19 é uma boa notícia

São Paulo – Um estudo conduzido pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa, vinculado ao Hospital Israelita Albert Einstein, com pacientes internados com covid-19 em situação grave, demonstrou que o medicamento ​tofacitinibe é capaz de reduzir em 37% o risco de morte e de falência respiratória nessas condições. A pesquisa acompanhou 289 pacientes hospitalizados em 15 centros de saúde pelo Brasil, durante 28 dias. A incidência de morte entre pacientes que receberam o medicamento foi de 18,1%. Entre os que receberam placebo o índice foi de 29%.

Segundo os pesquisadores, o medicamento tofacitinibe foi administrado em pacientes no segundo estágio da covid-19, quando os primeiros sintomas começam a desaparecer, mas se inicia uma violenta reação inflamatória espalhada por todo o corpo, que leva a lesões e morte de órgãos como rins e pulmões. O medicamento foi capaz de reduzir a resposta imunológica exagerada à covid-19. E assim reduziu as mortes de pacientes internados.

Os pacientes internados que receberam o medicamento tofacitinibe para tratamento da covid-19 também recebiam corticoides. O que mostra que o medicamento não interfere no tratamento padrão adotado atualmente pelos hospitais. Não foram registrados eventos adversos graves. E os que foram observados ocorreram de forma semelhante aos dos pacientes que receberam placebo, o que faz com que seu uso seja considerado seguro pelos pesquisadores.

Ainda que inicial, o resultado promissor do estudo foi recebido por pesquisadores como uma ótima notícia, considerando que a mortalidade pela covid-19 em pacientes em UTI é alta. Segundo dados do Projeto UTIs Brasileiras, da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), metade dos pacientes em UTI morrem. Entre pacientes com covid-19 que necessitam de intubação, a situação é ainda pior: 75% morrem.


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O estudo foi realizado no Brasil pela Academic Research Organization (ARO) do instituto israelita, em parceria com a Pfizer Global e é considerado “padrão-ouro”:  randomizado, duplo-cego e com grupo controle. A pesquisa foi publicada na última quarta-feira (16) na revista médica The New England Journal of Medicine, uma das mais prestigiadas do mundo.

O medicamento é distribuído pelo sistema de alto custo do SUS. É produzido pela Pfizer, que também produz uma das vacinas contra a covid-19. O remédio é indicado atualmente para o tratamento de artrite reumatoide, artrite psoriásica e retocolite ulcerativa.

Os pesquisadores apontam, no entanto, que são necessários mais estudos para compreender os mecanismos de ação do fármaco. E destacam que ele só foi testado em pacientes internados, com casos graves de covid-19, não servindo nem de tratamento precoce, nem de prevenção à doença.


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