Pandemia

Brasil tem primeira morte confirmada pela variante Delta do coronavírus

Cepa identificada pela primeira vez na Índia já infectou 11 pessoas no país, de acordo com o Ministério da Saúde

Breno Esak/Secretaria de Saúde-DF
Breno Esak/Secretaria de Saúde-DF
De acordo com estatísticas, no rítmo atual o Brasil alcançará o controle da covid por meio da imunização apenas em nove meses. É preciso acelerar

São Paulo – A variante Delta, nova cepa do coronavírus identificada pela primeira vez na Índia, já infectou 11 pessoas no Brasil e provocou uma morte, uma mulher de 42 anos no Paraná, segundo o Ministério da Saúde. O óbito aconteceu no fim de abril, mas só foi divulgado ontem (25).

Em coletiva realizada nesta sexta-feira, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou que a variante é a “mais transmissível” registrada até agora. Segundo ele, a cepa tem se espalhado inclusive em populações majoritariamente vacinadas contra a covid-19, alcançando 92 países.

Em Israel, autoridades sanitárias voltaram a impor a obrigatoriedade do uso de máscaras em lugares fechados, que havia sido suspensa há 10 dias. A medida foi tomada em função do repique de casos registrados desde o dia 15, indo de praticamente zero para mais de 200 na última quinta-feira. A variante Delta da covid-19 foi responsável por 70% destes novos casos.

Neste sábado, o Brasil contabilizou 1.593 mortes decorrentes da covid-19 em 24 horas, totalizando 512.735 óbitos desde o iníciod a pandemia. No mesmo período, foram registrados oficialmente 64,134 casos da doença, com 18.386.894 contaminações no total.

Tragédia evitável

O boletim extraordinário do Observatório Covid-19 da Fiocruz, divulgado ontem, abordou as questões relativas ao fato de o Brasil continuar sendo um dos epicentros da doença causada pelo novo coronavírus no planeta.

“Se no mundo temos uma taxa de 497 óbitos por milhão de habitantes, no Brasil essa taxa atinge 2.364 óbitos por milhão de habitantes, o que significa que é 4,7 vezes maior que a global. O resultado brasileiro foi o pior dentro do grupo de países grandes em termos populacionais”, pontuam os pesquisadores do Observatório

O documento também analisa a forma como se deu a evolução da covid-19 no país. “Em 2021, o Brasil contabilizou novas 100 mil mortes em apenas dois meses e 17 dias, atingindo 300 mil mortes desde o início da pandemia. Desde então, foi observada uma aceleração: em pouco menos de três meses o Brasil atingiu a marca dos 500 mil óbitos. No início do ano o Brasil levou dois meses e 17 dias para somar 100 mil mortes aos 200 mil óbitos contabilizados em 2020. Mas, das 300 mil até às 500 mil mortes, bastaram apenas outros dois meses e 28 dias. O resultado foi o pior dentro do grupo de países grandes em termos populacionais, com um indicador que chega a ser cerca de cinco vezes mais alto que a taxa global.”

De acordo com os pesquisadores, trata-se de uma tragédia que poderia ter sido evitada. “Os cientistas estão convictos de que muitas das vidas perdidas poderiam ter sido salvas com medidas de saúde pública baseadas em evidências científicas, coordenação de ações entre as diferentes esferas de governo em prol da resposta efetiva à pandemia e à mitigação de danos, mensagens claras e consistentes para a população e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde.”


RBA utiliza informações do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Eventualmente, elas podem divergir do informado pelo consórcio da imprensa comercial. Isso em função do horário em que os dados são repassados pelos estados. As divergências, para mais ou para menos, são sempre ajustadas após a atualização dos dados.


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