Cinelândia

Ato ecumênico no Rio faz tributo aos 500 mil mortos da pandemia; velas também em São Paulo

Foram acendidas 500 velas na Cinelândia, Rio de Janeiro, além de muitas outras cidades pelo país. Participaram líderes de diversas religiões

facebook / frentedeevangelicos
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Ato reuniu lideranças de diversas religiões

São Paulo – Um ato ecumênico inter-religioso foi realizado no Rio de Janeiro na noite desta segunda-feira (21) em tributo aos 500 mil mortos pelo coronavírus no país desde o início da pandemia. Foram acendidas 500 velas na Cinelândia, na região central da cidade, em nome de um lamento coletivo pelas pessoas que se foram e em acolhimento às famílias enlutadas. O ato também cobrou vacinação para todos, auxílio emergencial e ações de combate à fome.

A celebração, chamada “500 velas em memória das 500 mil vidas vítimas do covid-19”, faz parte de uma série de mobilizações por diversas cidades do país, que ocorre nesta segunda e amanhã (22). A organização está ligada ao grupo do Manifesto Respira Brasil em Defesa do Povo Brasileiro, que defende vacina pelo SUS, oxigênio para todas e todos, auxílio emergencial de R$ 600 mensais até o fim da pandemia e o impeachment de Bolsonaro.

Em São Paulo, movimentos sociais também acenderam velas para as 500 mil vítimas da covid-19 no pais, e em protesto contra o governo Bolsonaro. O ato foi realizado no Largo da Memória, perto do Vale do Anhangabaú, no centro da capital paulista.

Elineudo Meira / @fotografia.75
Ato no Vale do Anhangabau, São Paulo (Elineudo Meira / @fotografia.75)

‘Não há lenços suficientes’

Após acender as velas, os participantes do ato que estavam na Cinelândia fizeram um minuto de silêncio, leram um manifesto e uma poesia. A seguir, o ato seguiu por meio de uma live com representantes de diversas vertentes religiosas. O teólogo Leonardo Boff foi um dos primeiros a falar e resumiu o sentimento coletivo. “Não há lenços suficientes para enxugar tantas lágrimas”, disse o religioso, lembrando tratar-se de um lamento por vidas que não precisavam ser perdidas. “Atrás disso há um governo que não ama a vida”, afirmou. “Haverá o dia que terá o juízo dos homens e de Deus e (os responsáveis) devem responder por essas mortes injustamente acometidas.”

Boff lembrou também das vítimas da fome do Brasil e do mundo inteiro e, ao final, salientou que “nos consola a certeza de que (as vítimas da covid-19) caíram nos braços de Deus pai, de Deus mãe, em infinita bondade e amor. Chegaram no coração, na fonte da vida”, disse, antes de encerrar afirmando que “sejamos como essas luzes (das velas). A luz é o maior símbolo da vida. Que essa luz fique dentro de nós, nos dando coragem, iluminando nosso caminho”.

Elineudo Meira / @fotografia.75
Elineudo Meira / @fotografia.75

Inter-religioso

Além dele, falaram o xeque Adam Muhammad, Mãe Nilce D’Iansã, da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras, o rabino Nilton Bonder e a pastora evangélica Lusmarina Campos. O ato ecumênico também contou com apoio da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Coletivo Memória e Utopia, Paz e Esperança Brasil. O Instituto Casa Comum, Judeus pela Democracia, Comissão de Justiça, Paz e Integridade da Criação – CJPIC, Movimento de Juventudes e Espiritualidades Libertadoras, entre outras instituições.

Veja a íntegra do ato