tragédia diária

Brasil tem mais 2.166 mortes por covid em 24 horas. Fiocruz alerta que situação é crítica

Entidade alerta para riscos de flexibilizar distanciamento com o país em situação ainda muito próxima ao colapso sanitário. “Altos níveis de casos de covid-19 significam uma elevada demanda para o sistema de saúde”

Secom
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Cientistas ainda apontam que as vacinas salvaram mais de 58 mil pessoas com mais de 60 anos apenas entre janeiro e agosto de 2021

São Paulo – O Brasil registrou hoje (7) mais 2.165 mortes por covid-19 em um período de 24 horas. Os números oficiais, notificados pelos estados, dão conta de 419.114 vítimas desde o início do surto em março do ano passado. O país deve chegar a 420 mil mortes pelo vírus já neste sábado (8). Isso, sem contar com a subnotificação, admitida pelas autoridades sanitárias. Estimativas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) são de que o Brasil já acumula algo próximo a 530 mil mortes.

A semana foi marcada por uma relativa estabilidade dos números de casos e mortes. Porém, em níveis elevados, tal como previsão da Fiocruz para o mês de maio. Especialistas da entidade argumentam que o abandono de medidas de isolamento social, neste momento, tende a ser desastroso. Isso porque o vírus segue circulando sem controle e, com as flexibilizações vistas por todo o país, a expectativa é de que a pandemia recrudesça. Assim, segundo a instituição, é possível que a covid chega e números mais letais do que os já registrados neste ano no Brasil.

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass

Níveis altos

A média móvel de mortes está em 2.190 vítimas a cada um dos últimos sete dias. Já a média de novos casos está em 60.491 por dia. Este indicador preocupa epidemiologistas, já que desde terça-feira, os registros de novos infectados estão superiores à média. Hoje, foram mais 78.886 novas infecções registradas. “Os altos níveis de casos de covid-19 significam uma elevada demanda para o sistema de saúde, com consequências na taxa de ocupação de leitos. Somente com a redução sustentada por algumas semanas, associada à aceleração da campanha de vacinação e à intensificação de ações de distanciamento físico e social, combinadas com proteção social, será possível alcançar a queda sustentada da transmissão e a redução da demanda pelos serviços de saúde”, afirma a Fiocruz.

RBA utiliza informações fornecidas pelas secretarias estaduais, por meio do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Eventualmente, elas podem divergir do informado pelo consórcio da imprensa comercial. Isso em função do horário em que os dados são repassados pelos estados aos veículos. As divergências, para mais ou para menos, são sempre ajustadas após a atualização dos dados.

Análise

A Fiocruz emitiu um boletim extraordinário hoje (7) sobre a situação da pandemia no país. Além de destacar os altos níveis de síndromes respiratórias graves, em ampla maioria provocadas por covid-19, a entidade reafirma o padrão de rejuvenescimento da covid-19. “Os novos dados apresentados nesta edição confirmam o processo do rejuvenescimento da pandemia, com uma clara mudança demográfica − adultos jovens e de meia-idade representam uma parcela cada vez maior dos pacientes em enfermarias e unidades de terapia intensiva”, aponta.

Outro destaque fica por conta da manutenção de situações próximas ao colapso sanitário hospitalar, por falta de leitos em muitas regiões. “A análise destaca as oscilações dos indicadores nos estados, a alta proporção de testes com resultados positivos, bem como a manutenção da sobrecarga de todo o sistema de saúde. Estes indícios apontam que a pandemia se mantém num patamar crítico de transmissão, com valores altos de incidência e mortalidade, formado a partir de março de 2021 e mantida pela intensa circulação do vírus Sars-CoV-2 em todo o país.”

Em relação à situação em cada estado, a Fiocruz informa que Roraima e Paraíba permaneceram fora da zona de alerta com taxas de ocupação inferiores a 60%. Acre, Pará, São Paulo e Rio Grande do Sul deixaram a zona crítica e se somaram ao Amazonas, Amapá, Maranhão e Alagoas na zona de alerta intermediário. Tocantins, Piauí, Bahia, Minas Gerais Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal seguem em alerta crítico, mas apresentam tendência de melhora. Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe e Mato Grosso do Sul mantém o alerta máximo e registram piores números e tendências do país.