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Vacinados relatam esperança: ‘Respirar aliviada e esperar que a situação melhore’

Em um momento de escalada dos casos e de vacinação ainda lenta, imunizados agradecem ao SUS e torcem para que a vacina chegue a todos

Kleide Teixeira/Secom-JP
Kleide Teixeira/Secom-JP
Concluir a vacinação em São Paulo até outubro é um plano ambicioso, mas depende das entregas de doses pelo Ministério da Saúde

São Paulo – No país que é hoje o atual epicentro mundial da covid-19, com mais de 328 mil mortos até sexta-feira (2) aqueles que conseguiram receber a vacina contra a doença fazem questão de ressaltar a importância do Sistema Único de Saúde (SUS). Diante da escalada de casos, aqueles que tomaram as duas doses da vacina destacam que “respiram aliviados”. Mas advertem que os cuidados contra a contaminação pelo vírus continuam.

Apesar de a vacinação simbolizar a esperança de dias melhores, ela ainda está em ritmo lento no país por falta de doses suficientes para toda a população e de planejamento do governo federal. Segundo balanço do consórcio de veículos de imprensa, divulgado na quarta-feira (31), até o momento 17.620.872 pessoas já receberam a primeira dose da vacina. O número representa, contudo, apenas 8,32% do total de habitantes. A segunda dose, por exemplo, foi aplicada em 5.091.611 pessoas (2,40%).

Ainda assim, a torcida da aposentada Olga Votick, de 78 anos, é para que chegue em breve a vez de todos os brasileiros serem imunizados. Ansiosa para tomar a segunda dose, ela garante que está “feliz da vida”. “É um alívio saber que está imunizada. Fiquei doente (de ficar em casa), porque a gente não anda, não faz mais nada da vida. Nunca imaginava que iria passar por isso”, relembra, sobre as dificuldades vividas desde 2020. 

Vacina e importância do SUS

Professora aposentada na rede pública, Maria Regina Arruda, de 77 anos, que tomou a segunda dose da vacina nesta quarta-feira (31), em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, agradece ao SUS pela campanha de vacinação. “Não tem no mundo inteiro um serviço de saúde como o SUS”, celebra. Maria Regina destaca que a sua sensação “é a melhor possível”. Mas frisa que “seria bem melhor se a conseguisse tirar esse genocida do Planalto”, afirma ainda, em referência ao presidente Jair Bolsonaro. 

A professora observa que o panorama do Brasil poderia ser menos trágico não fosse o comportamento do Executivo. Enquanto “respira aliviada” por estar vacinada, ela “espera que a situação do país também melhore”. 

Quem viu de perto o momento de imunização também ressalta que o sentimento “é de que tudo vai passar”. É o que descreve o trabalhador no ramo de confeitaria Jailson Silva, que levou a mãe, de 70 anos, para tomar a vacina. “A cura está chegando é só termos um pouco mais de paciência, ficar no isolamento e cuidarmos uns dos outros”, ressalta.

Duda Loro, que também viu sua mãe receber a segunda dose da vacina, lembra, contudo, que mesmo as pessoas sendo imunizadas, os cuidados de proteção como uso de máscara e álcool em gel devem continuar. “Acho que todo mundo agora com essa vacina tem uma esperança de melhora rápida depois de um momento difícil. Mas tirar os receios, não tira os cuidados.” 

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