"gestão" Doria

São Paulo tem mais mortes pela covid-19 em quatro meses de 2021 do que em todo o ano passado

Gestão da pandemia pelo governo Doria acumula recordes de mortes e novos casos. Apenas neste mês de abril já são 19.128 mortes pela covid-19 em São Paulo

Reprodução
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Abertura de covas emergencial no cemitério da Vila Formosa, em São Paulo, o maior da América Latina

São Paulo – O estado de São Paulo, assim como no país, já registrou mais mortes pela covid-19 em menos de quatro meses de 2021 do que em todo o período da pandemia no ano passado. Com 1.044 óbitos registrados nas últimas 24 horas, o estado chegou a 93.842 vítimas da covid-19.

Desses, 46.775 ocorreram entre 12 de março – data da primeira morte pela covid-19 no Brasil – e 31 de dezembro de 2020, média de 159,09 por dia. E 47.067 ocorreram entre 1º de janeiro e 26 de abril deste ano, média de 405 por dia. Os números contradizem o discurso do governo João Doria (PSDB), de que a pandemia está controlada e que é possível reabrir o comércio e os serviços com segurança.

Abril também já é o mês com o maior número de mortes de toda a pandemia, em São Paulo. Até esta terça-feira (27), foram registradas 19.128 mortes por covid-19. Proporcionalmente, a mortalidade no estado é maior do que a população, em relação ao país. Os paulistas representam 21% da população brasileira, mas o estado contabiliza 24% de todas mortes causadas pelo novo coronavírus no Brasil.

O número de mortes pela covid-19 em São Paulo disparou devido ao colapso no sistema de saúde, com alta ocupação e fila de espera por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), improvisação de espaços para atendimento de pacientes graves, baixos estoques de oxigênio e medicamentos para intubação. Em janeiro, foram registradas 6.320 mortes. Em fevereiro, foram 6.457. Já em março, com o início do colapso, o número de óbitos mais que dobrou, indo a 15.162. E, em abril, deve superar as 20 mil vítimas, considerando a atual média de 600 mortes por dia.

Mau condutor

O número de novos casos de covid-19 também demonstra a condução errática da pandemia pelo governo Doria. Entre 26 de fevereiro e 31 de dezembro de 2020, foram registrados 1,46 milhão de casos, média de 5.055 por dia. De 1º de janeiro e 26 de abril deste ano, foram 1,39 milhão, média de quase 12 mil por dia. Mais que o dobro do que ocorria no ano passado.

Depois de chegar a registrar 3.598 internações em um único dia, a média de internações diárias vem caindo. No entanto, segue em níveis muito superiores aos registrados no ano passado, com a média atual sendo de 2.230 internações diariamente.

Mais de 80% das UTI para pacientes com covid-19 seguem ocupadas em todo o estado. São 22.112 pacientes internados, sendo 10.426 em unidades de terapia intensiva e 11.686 em enfermarias, o que representa uma ligeira alta de 0,33% na internações, a primeira em 20 dias.

Das 17 regiões do estado, três ainda têm mais de 90% de ocupação de UTIs para pacientes com covid-19: Araraquara, Marília e Presidente Prudente. Outras dez regiões estão com mais de 80% de ocupação: Araçatuba, Barretos, Bauru, Franca, Registro, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, Sorocaba e Taubaté.

Apenas quatro regiões tiveram uma maior redução nas internações e chegaram a menos de 80% na ocupação de UTI: Baixada Santista, Grande São Paulo, Campinas e Piracicaba. Mas todas mantêm altos índices de novos casos, internações e mortes.

“Flexível”

Atualmente, apesar do alto número de mortes por covid-19, o estado de São Paulo está na chamada fase de transição. As regras começaram a valer dia 18 e herdaram da fase vermelha o toque de restrição entre 20h e 5h. Estão abertas todas as atividades comerciais, com funcionamento das 11h às 19h e limite de 25% de ocupação dos espaços. Cultos religiosos também puderam voltar a ser realizados presencialmente, com limite de 30% de ocupação dos espaços. Em todos os casos, devem ser observados os protocolos sanitários de cada serviço.

No dia 24, restaurantes, salões de beleza, parques, clubes, cinemas, convenções e espaços culturais também voltar a abrir, com as mesmas regras de horário e lotação. As academias também voltaram a funcionar, mas em dois horários: das 7h às 11h e das 15h às 19h. Os parques podem abrir das 6h às 18h. As escolas também seguem funcionando na fase de transição, com limite de 35% dos estudantes e frequência presencial opcional.