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Pedido de inquérito cobra Doria e prefeito de Taboão da Serra por mortes em fila de UTI

Moradores da cidade na região metropolitana de São Paulo e parlamentares pedem abertura de inquérito civil no Ministério Público para apurar a responsabilidade por 67 mortes em março e neste mês

Rovena Rosa / ABr
Rovena Rosa / ABr
Sistema público de Saúde em Taboão da Serra entrou em colapso com a falta de leitos de UTI

São Paulo – Pedido para abertura de inquérito civil contra o prefeito de Taboão da Serra, Aprigio da Silva (Podemos), cidade na região metropolitana de São Paulo, e contra o governador João Doria foi protocolado no Ministério Público nesta segunda-feira (20) por moradores da cidade, em conjunto com a deputada federal Sâmia Bonfim (Psol) e a co-deputada estadual Mônica Seixas (Psol). O inquérito pede a responsabilização do prefeito e do governador pelas mortes de 67 pessoas em fila de UTI na cidade, entre março e o começo deste mês.

Nas últimas semanas, Taboão da Serra tem ocupado os noticiários pela má gestão do prefeito em relação à saúde da população e por fraudes envolvendo as vacinas contra o coronavírus. 

Além de um suposto desvio de vacinas em uma das Unidades Básicas de Saúde, outra denúncia diz respeito à diluição de 300 doses de vacina para a produção de mil doses. Somado a estes episódios, em um mês são contabilizadas 67 mortes em fila da UTI, aguardando internação.

Insatisfação com o prefeito

O morador da região, Danilo Farias, comenta que Aprigio da Silva, o prefeito eleito no ano passado, fez muitas promessas na área da saúde, como aumentar o horário de atendimento das UBSs até às 10 da noite. Hoje, esse atendimento é encerrado às 6 da tarde.

Segundo Danilo, nada mudou. As UBS continuam funcionando só até o final da tarde e no final de semana não abrem. Quem precisar de atendimento, tem que se deslocar até outra cidade.

“A atuação na crise sanitária foi péssima. O que a gente acreditava é que com o atual prefeito ia ser melhor, até porque ele prometeu várias coisas”, afirma.

Atualmente, até a fila de espera por um leito na UTI está lotada e sem previsão de novas vagas, explica Danilo.

A insatisfação com o atual prefeito é grande. A dona de casa Andreia, moradora da região há 45 anos, comenta que durante o feriado de 10 dias estabelecido pelo governador João Doria, que aconteceu há duas semanas para tentar conter o número de mortes por coronavírus, serviu para o prefeito dar férias para os funcionários, ou seja, durante os 10 dias as UBS ficaram fechadas.

Contra o descaso na saúde

A professora Najara Costa, moradora da região e que concorreu à prefeitura do município de Taboão da Serra no ano passado, também assina o pedido de abertura de inquérito no MP contra as mortes na fila de UTI. Najara explica que o descaso na área da saúde sempre foi grande, mas com o atual prefeito se intensificou ainda mais.

Segundo Najara, “uma cidade de 300 mil habitantes não pode ter apenas 40 leitos disponíveis de UTI, e tentar mudar essa realidade é papel do prefeito, que nada tem feito”.

Confira reportagem da Rádio Brasil Atual

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