Uma morte por minuto

Brasil tem mais 3.321 mortos em 24 horas e passa de 14 milhões de casos de covid-19

Já são ao menos 378.003 vítimas da covid no Brasil, que tem média móvel de mortes de 2.797 a cada um dos últimos sete dias

Alex Pazuello/Semcom Amazonas
Alex Pazuello/Semcom Amazonas
O surto no Brasil teve um crescimento a partir de novembro do ano passado, com uma explosão de casos e mortes em fevereiro e março

São Paulo – O Brasil ultrapassou hoje (20) a marca de 14 milhões de infectados por covid-19, desde o início da pandemia, em março de 2020. Com 69.381 novos casos registrados, o país soma 14.043.076 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, em pouco mais de um ano de pandemia. Porém, os dados não levam em conta a subnotificação, especialmente de casos com sintomas leves e assintomáticos que não passaram por teste. Também segundo o Conass, nas últimas 24 horas foram notificados mais 3.321 óbitos causados pela infecção, em mais um dia de alta mortalidade da covid no país.

O número diário de mortes segue elevado em um novo período de estabilidade no pico, similar ao experimentado entre setembro e outubro do ano passado. Já são ao menos 378.003 vítimas do coronavírus no Brasil, que deve passar dos 380 mil mortos nesse feriado de Tiradentes A média móvel diária de mortes está em 2.797 óbitos em média a cada um dos últimos sete dias. Em relação à média de contágios, o número está em 63.297 doentes por dia. O surto no Brasil teve um crescimento a partir de novembro do ano passado, com uma explosão de casos e mortes em fevereiro e março.

RBA utiliza informações fornecidas pelas secretarias estaduais, por meio do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Connas). Eventualmente, elas podem divergir do informado pelo consórcio da imprensa comercial. Isso em função do horário em que os dados são repassados pelos estados aos veículos. As divergências, para mais ou para menos, são sempre ajustadas após a atualização dos dados.

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass

Riscos

Sem medidas efetivas para conter o contágio, o Brasil pode chegar a 600 mil mortos pela covid até agosto, segundo cálculos de especialistas. A vacinação segue lenta no país e o vírus, descontrolado. O cenário isola o Brasil do mundo, que vê o país vira como risco à saúde mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso, porque a livre circulação do novo coronavírus, somada ao baixo percentual da população já vacinada favorece o desenvolvimento de mutações mais letais e até mesmo resistente às vacinas.

A chamada variante P1, surgida em Manaus, já apresenta maior mortalidade e maior facilidade de contágio do que o vírus original. Também houve uma alteração no padrão dos doentes graves. O crescimento de mortes, casos e internações é mais intenso entre mais jovens do que durante todo o passado da covid-19; algo que pode ter relação também com a boa quantidade de vacinados em idade avançada; o país, em média, trabalha hoje na imunização de pessoas entre 63 e 67 anos.

Palavra da OMS

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirma que a entidade está em alerta máximo nas últimas semanas. Isso porque, após dois meses de quedas bruscas em casos e mortes no mundo, a covid-19 volta a crescer. Em relação ao número de novos infectados, o patamar atual é o pior já registrado. Influenciam nesta conta, especialmente, Brasil e Índia. Entretanto, também experimentam um crescimento de casos países como França, Estados Unidos e Turquia.

“Na última semana, houve um aumento nos novos casos da covid-19 pela oitava semana consecutiva, com mais de 5,2 milhões de casos reportados – o maior número em uma semana até agora”, disse Adhanom. Entretanto, o diretor-geral vê o panorama geral com otimismo e vê a possibilidade do mundo controlar a pandemia “em poucos meses” com o avanço da vacinação.

No geral, a mortalidade não está no pior patamar. Países como os Estados Unidos, que assistem a ascensão da curva após meses de queda, estão adiantados com a vacinação. Esta é uma razão para a mortalidade seguir baixa em comparação com momentos anteriores. Entre os norte-americanos, já são mais de 210 milhões de doses administradas, atingindo 40% da população com uma dose e 25% totalmente imunizada com duas doses.

Sucesso

A vacinação já apresenta resultados robustos em parte do mundo. No fim de semana, o governo de Israel decretou o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras entre seus cidadãos. O país do Oriente Médio alcançou 60% da população totalmente imunizada. Pelo país, já voltaram à normalidade. São comuns festas com aglomerações e sem medo do coronavírus.

As mortes no país despencaram desde um forte programa de vacinação. O pico de mortes foi em fevereiro, fruto de uma segunda onda de contágios, com média de cerca de 50 vítimas diárias. Agora, desde o dia 18 de março, não morrem mais de 10 pessoas, incluindo uma sequência de quase uma semana sem vítimas.


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