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Vacina CoronaVac é eficaz contra as variantes mais graves do novo coronavírus, afirma Butantan

Estudo do instituto indica que o imunizante, desenvolvido em parceira com a Sinovac, é eficaz contra variantes de Manaus, do Reino Unido e da África do Sul, que são mais graves

GOVESP
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Com amostragem de 2.300 pessoas vacinadas com o imunizante da Sinovac, apenas 45 foram contaminadas e nenhuma morte foi reportada

São Paulo – Estudo realizado por cientistas do Instituto Butantan e da USP demonstrou que a vacina contra a covid-19 CoronaVac, produzida em parceria entre o instituto e farmacêutica Sinovac, é eficaz contra as variantes do novo coronavírus oriundas de Manaus (AM), do Reino Unido e da África do Sul, que são mais infecciosas e, consequentemente, mais graves. A informação foi apresentada hoje (10), pelo presidente do Instituto, Dimas Tadeu Covas, que comemorou o fato de a forma atual da vacina já ser capaz de evitar casos graves da doença causada pelas novas variantes. “Temos uma vacina eficaz que também é eficaz contra as novas variantes do novo coronavírus”, afirmou.

Os dados incluíram amostras de 35 participantes vacinados na Fase 3. O estudo completo inclui um número maior de amostras, que já estão em análise. Segundo Dimas, os resultados completos serão divulgados posteriormente. Com esse resultado, torna-se desnecessário, ao menos por enquanto, uma atualização da vacina contra a covid-19 CoronaVac, como ocorre, por exemplo, com as vacinas para a gripe, que são atualizadas anualmente.

Segundo Dimas, a vacina contra a covid-19 CoronaVac é composta de vírus inativado e possui todas as partes do novo coronavírus. Isso leva a uma resposta imune do organismo mais abrangente em relação ao que ocorre com outras vacinas que utilizam somente uma parte da proteína Spike, que o vírus utiliza para infectar as células humanas. Com isso, mesmo que as variantes que apresentem mutação na proteína Spike, a vacina continua sendo eficiente na maioria dos casos.

Variantes já chegaram

Todas as variantes já circulam no Brasil. No caso da B.1.1.7, chamada variante do Reino Unido, foi identificado que ela tem transmissibilidade aumentada de 30% a 50% e aumenta a gravidade dos casos de infecção acima de 30%. Já a B.1.351, chamada variante da África do Sul, há um significativo aumento da carga viral nas pessoas infectadas, aumentando o potencial de transmissão. Essa cepa também é resistente aos anticorpos de doença anterior.

A B.1.1.28, chamada de variante de Manaus (P.1), concentra as variações das duas outras formas, tornando mais resistente e mais infecciosa. Segundo Dimas, essa variante já é predominante nas infecções diagnosticadas em São Paulo – e provavelmente em todo o Brasil – desde fevereiro, o que ajuda a explicar porque temos a atual situação de colapso no sistema de saúde do estado.

Hoje, 82% das unidades de terapia intensiva (UTI) para pacientes com covid-19 do estado estão ocupadas. Das 24 regiões de saúde, 18 estão no limite da ocupação de UTI, sendo que 32 cidades não têm mais nenhum leito. A média de internações por covid-19 está em 2.320 por dia, sendo que 130 vão para UTI diariamente.

A campanha de vacinação contra a covid-19 em São Paulo está atualmente na faixa de 77 anos e acima. Na próxima segunda-feira (15) terá início a vacinação para idosos com 75 e 76 anos. E no dia 22 de março, para idosos com 72, 73 e 74 anos.