Preocupação

São Paulo registra primeira morte de covid-19 na fila de UTI na capital

Até a última quarta-feira (17), 395 pessoas aguardavam por um leito de UTI na capital paulista

Edson Hatakeyama/ASCOM
Edson Hatakeyama/ASCOM
Superlotado, o Hospital Municipal Doutor Ignácio Proença de Gouvêa, na Zona Leste, não atende mais novos pacientes desde a tarde de sábado (13)

São Paulo – A cidade de São Paulo registrou a primeira morte de paciente com covid-19 na fila de espera por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI)). O caso ocorreu na zona leste e foi revelado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), na manhã desta quinta-feira (18), em entrevista à GloboNews.

Até a última quarta-feira (17), 395 pessoas aguardavam por um leito de UTI em São Paulo e esta é a primeira morte ligada a problemas de estrutura das unidades de saúde da capital, que chegou ao colapso no sistema. Na cidade, a taxa de ocupação chegou a 88% dos leitos para o atendimento de pacientes com covid-19.

De acordo com o prefeito, durante a entrevista, a gestão municipal vai anunciar, ainda hoje, medidas mais duras para restringir a circulação de pessoas pela cidade. Todo o estado de São Paulo está na fase emergencial (roxa) da quarentena contra a covid-19, desde a última segunda-feira (15), após duas semanas de fase vermelha.

Covid-19 no transporte

Apesar do colapso no sistema em São Paulo, há relatos de ônibus, metrô e trens lotados. Reportagem de Rodrigo Gomes, da RBA, mostra que apesar da fase emergencial da quarentena, trabalhadores seguem inseguros e revoltados com os problemas de superlotação no transporte público.

São Paulo registrou 617 mortes pela covid-19 ontem (17), um dia depois de alcançar a maior marca até agora: 679 óbitos em 24 horas. Enquanto as baladas e festas clandestinas são apontadas pelo governador João Doria (PSDB) como o principal problema da contaminação, os transportes coletivos ficaram ausentes das análises do governo estadual.

“Esses são espaços com alto risco de transmissão, sim, porque a transmissão acontece basicamente pelo ar. Uma pessoa infectada, está falando, respirando e emitindo partículas potencialmente contaminadas. Essas partículas vão se acumulando em um local fechado, mal ventilado, sem janela, como é o transporte público. E outra pessoa pode acabar inalando essas partículas. Então, é um ambiente perigoso, sim”, explicou Vitor Mori, pesquisador na Universidade de Vermont e membro do Observatório Covid-19BR.

São Paulo em colapso

O bairro da Mooca, na zona leste da capital paulista, é a região da cidade em que a covid-19 mais matou pessoas, proporcionalmente, em 2021. O distrito registrou índice de 68,5 óbitos a cada 100 mil habitantes até 11 de março. Na cidade, esta taxa ficou em 49,5. Os dados são da Folha de S.Paulo.

Bairros próximos a Mooca, como Água Rasa, Vila Formosa e São Lucas integram o topo da lista dos distritos com mais óbitos por 100 mil habitantes da cidade. Eles ainda ficam próximos da região de Sapopemba –recordista de mortes em números absolutos no município, onde o coronavírus já fez 807 vítimas, 124 só neste ano.

Superlotado, o Hospital Municipal Doutor Ignácio Proença de Gouvêa, referência para doentes com covid-19, não atende mais novos pacientes desde a tarde de sábado (13). No local foram abertos leitos em várias áreas do hospital, até na sala de descanso dos médicos, mas todos estão ocupados.


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