SUL DO PAÍS

Movimento Vacina Já cobra ‘lockdown’ no Rio Grande do Sul em ‘contraponto à barbárie bolsonarista’

Sem vacinação em massa, organização defende aumento do isolamento social e implantação do auxílio emergencial

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Movimento faz atos, todas às sextas-feiras, estendendo faixas do Movimento Vacina Já em todos os viadutos da BR-116 de Novo Hamburgo a Porto Alegre

São Paulo – Em manifesto, o Movimento Vacina Já reivindicam reforço do governo do Rio Grande do Sul aos protocolos sanitários e cuidados no enfrentamento à pandemia, enquanto a vacinação em massa não é possível, pela falta de aquisição por parte do governo Bolsonaro. Além de destacar a vacinação como pauta central, a organização também cobra outras medidas do governador Eduardo Leite (PSDB), como a decretação de lockdown rigoroso e o auxílio emergencial digno. O Movimento Vacina Já vem ganhando seguidores nas últimas semanas por causa da luta pela imunização gratuita da população.

No último dia 20, o coletivo organizou duas grandes carreatas simultâneas, ambas na região metropolitana de Porto Alegre. O objetivo do movimento é atuar como agente político para pressionar autoridades, seja na esfera municipal ou estadual, contra a “balbúrdia de Bolsonaro”. “Em suma, o movimento traz a sociedade civil pro debate público, mostrando que há um contraponto forte e organizado contra a barbárie bolsonarista“, afirmou Naitan Gama, um dos coordenadores do Vacina Já.

Rio Grande do Sul

O movimento, surgiu em São Leopoldo, e conta com a interlocução do prefeito da cidade, Ary Vanazzi (PT), que também é presidente da Associação Brasileira dos Municípios (ABM). Desde então, já atua em outra cidades e distritos gaúchos, como Sapucaia do Sul, Portão, Canoas, Viamão, Nova Santa Rita, Guaíba, Esteio, Cachoeirinha, Alvorada, Novo Hamburgo, Barra do Ribeiro e Nova Hartz.

Naiton acrescenta que o governador Leite tem se comportado parecido ao presidente Jair Bolsonaro, com uma política ineficaz de controle do vírus, por meio da chamada “cogestão do distanciamento controlado”. “Proporcionalmente, se o Brasil inteiro tivesse adotado a política de enfrentamento à pandemia de Eduardo Leite, em vez das 311 mil mortes já registradas, teríamos 349 mil mortos, 38 mil mortes a mais, mas com um discursinho assassino bem lubrificado. Ele brinca de pintar o mapa do Rio Grande do Sul num sistema de bandeiras sem critério prático algum, sempre muito flexível, enquanto dá autonomia para os prefeitos flexibilizarem ainda mais os decretos estaduais, se eximindo das suas responsabilidades de governador”, criticou o organizador do movimento.

Lockdown

O Rio Grande do Sul chegou a 18.823 óbitos por coronavírus, neste domingo (28). A Secretaria da Saúde do estado também registrou mais 2.263 infectados, totalizando 830 mil casos. Média móvel de mortes segue alta, com 143 mortos por covid-19 em um dia – o maior número já divulgado em um domingo.

De acordo com Naitan, a luta também passa pelo auxílio emergencial e lockdown. “Para ter maior sucesso no enfrentamento à pandemia é preciso de um conjunto de estratégia. Portanto, não hastear essas bandeiras é omissão e se omitir nesse momento é apoiar a chacina que está acontecendo contra o povo brasileiro, em especial contra a classe trabalhadora”, defendeu.

A organização promete manter seus atos, todas as sextas-feiras, estendendo faixas do Movimento Vacina Já em todos os viadutos da BR-116 de Novo Hamburgo a Porto Alegre. “Infelizmente, não há outra possibilidade que não seja fazer esse contraponto nas ruas à barbárie bolsonarista. Vamos promover também mais carreatas e mobilizações, mas ainda sem data definida”, finalizou.


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