Insuficiente

Taxa de isolamento social segue abaixo da meta em São Paulo, mesmo com fase emergencial

Segundo o Sistema de Monitoramento Inteligente do governo paulista, índice de isolamento social chegou no máximo a 44% no estado entre os dias 15 e 19, apenas um ponto acima do pico alcançado em dias úteis na semana anterior

Rovena Rosa/EBC
Rovena Rosa/EBC
Baixa adesão ao isolamento social se dá pela falta de políticas sociais e econômicas, na avaliação do especialista

São Paulo – O estado de São Paulo completa neste domingo (21) a primeira semana na chamada fase emergencial da quarentena (antes chamada de fase roxa), com medidas mais restritivas de circulação. Desde segunda (15), foi instituído toque de recolher das 20h às 5h e as atividades esportivas e religiosas coletivas também foram proibidas, com as escolas tendo recesso antecipado. No entanto, o impacto em termos de isolamento social foi reduzido.

Segundo o Sistema de Monitoramento Inteligente do governo estadual, que coleta e analisa dados de telefonia móvel para indicar tendências de deslocamento, entre os dias 15 e 19 o índice máximo de isolamento social alcançado foi de 44%, percentual alcançado na terça e na quinta-feira. Nos outros três dias úteis, a marca foi de 43%.

Para efeito de comparação, na semana anterior à fase emergencial e sem as medidas mais restritivas, em quatro dias o índice de isolamento social foi de 42%, chegando a 43% na terça (9). Ou seja, houve uma pequena variação, insuficiente para chegar ao patamar mínimo estabelecido pelo Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, que é de 55%.

Na capital paulista, o índice de isolamento na sexta-feira (20) ficou abaixo da média do estado, com 42%. A taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) na cidade é de 89% nos hospitais municipais e nos contratualizados, de acordo com boletim divulgado na noite deste sábado (20).

Prefeituras do estado adotam estratégias diferentes

Na quinta-feira (18) o prefeito de são Paulo Bruno Covas anunciou a antecipação de cinco feriados municipais a partir de 26 de março. O objetivo da medida é tentar aumentar o isolamento social para conter o avanço de casos de covid-19 na cidade.

No mesmo dia, a capital paulista registrou a primeira morte de paciente com covid-19 na fila de espera por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), um jovem de 22 anos, na Unidade de Pronto-Atendimento (UP) de São Matheus.

A estratégia repete medida implementada em maio de 2020, quando houve antecipação de dois feriados municipais. Na ocasião, no entanto, o índice de isolamento social na cidade subiu somente entre 1 e 3 pontos percentuais.

O anúncio de Covas preocupou prefeitos da Baixada Santista, que temeram a vinda de turistas paulistanos para a região. Na sexta-feira (19), o governo paulista determinou a suspensão da operação Descida, até o dia 5 de abril, no sistema Anchieta-Imigrantes, quando oito faixas ficam reservadas para o maior fluxo de veículos.

Também na sexta, à noite, os prefeitos da região anunciaram a adoção do ‘lockdown’ a partir da terça-feira (23). “São medidas duras mas que, infelizmente, temos que tomar agora para preservar vidas. Os especialistas em saúde nos passaram um quadro assustador no encontro realizado quinta-feira”, destacou o presidente do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista e prefeito de Santos, Rogério Santos.


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