São Paulo – Cerca de 500 trabalhadores da saúde do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP) realizaram mais um ato nesta quinta-feira (4). Em greve desde a última segunda-feira (1º), eles reivindicam que todos os profissionais que estão na linha de frente do combate à pandemia tenham prioridade na vacinação contra a covid-19. Até o momento, apenas médicos e enfermeiros foram vacinados. “Residentes, terceirizados, queremos todos vacinados”, gritavam os manifestantes.

Além disso, eles denunciam diferença de tratamento dispensado pelo governo João Doria. No Hospital das Clínicas e o Hospital Universitário da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por exemplo, todos os profissionais já foram vacinados.

“Nossa preocupação está com os terceirizados, principalmente da área de limpeza e portaria, que têm contato com os pacientes”, afirmou a diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Rosane Meire Vieira, em entrevista ao repórter Jô Miyagui, para o Seu Jornal, da TVT. Ela disse que o sentimento dos profissionais é de “angústia”, já que a direção do HU-USP dificulta o diálogo com os trabalhadores.

“O risco não tem a ver necessariamente com uma ocupação da pessoa. Tem a ver com o local em que ela está atuando. Então os profissionais de limpeza, responsáveis pela higienização do local dedicado a paciente com suspeita ou confirmação de covid-19 certamente estão expostos”, afirma o infectologista do HU-USP Gersol Salvador.

Salvador também afirmou que o governo de Jair Bolsonaro boicota o combate à pandemia. Se houvesse se esforçado, desde o passado, para adquirir o maior número possível de vacinas, não haveria agora essa disputa pelos imunizantes.

Convocação

O deputado estadual Carlos Giannazi (Psol) protocolou requerimento de convocação do superintendente do HU-USP para explicar a demora na vacinação dos terceirizados e residentes. No protesto, a vereadora Luana Alves (Psol) destacou também a importância da unidade no atendimento da população do Butantã, Rio Pequeno e demais bairros no entorno da rodovia Raposo Tavares.

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