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Manaus: laudos médicos descartam relação entre morte de idoso e vacina contra a covid-19

Posts nas redes sociais buscavam associar morte com a vacina contra covid-19. Homem teve infarto dois dias após primeira dose

Gov. Amapá
Gov. Amapá
“Já tínhamos suspeita da influência da idade na queda da efetividade, porque o mesmo ocorre com outras vacinas", afirma pesquisador da Fiocruz

São Paulo – A morte de um idoso de 83 anos, no dia 30 de janeiro, em Manaus, dois dias após tomar a primeira dose da vacina contra covid-19 não teve nenhuma relação com o imunizante, como vinha sendo divulgados em postagens nas redes sociais. O homem, cujo nome não foi divulgado, sofreu um infarto. A conclusão está no laudo médico elaborado pelo Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais, órgão vinculado à Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), em parceria com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado.

O idoso havia recebido a primeira dose da vacina desenvolvida pela Universidade Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, em parceria com a Fundação Osvaldo Cruz (Fio Cruz), no dia 28 de janeiro e morreu dois dias depois. Um familiar dele disse à época que ele havia aparentando sintomas leves de gripe, mesmo assim o levaram para a vacinação.

“A investigação, como Evento Adverso Pós-Vacinação (EAPV), foi realizada pelo Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE), órgão vinculado à Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM); em parceria com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT/HDV). O laudo de necropsia aponta que a causa da morte do idoso foi infarto agudo do miocárdio (músculo cardíaco). Portanto, o óbito foi descartado como ocorrência associada à vacina contra o novo coronavírus”, informou a FVS-AM, em nota.

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Em quase um mês de vacinação no Amazonas foram aplicadas 214.534 doses, sendo 202.828 de primeira dose e 11.706 de segunda dose. O estado registrou vários casos de fura-filas na vacinação e chegou a interromper a campanha.

Mentiras sobre morte e vacina para covid-19

No dia 6 de fevereiro, o pastor Samuel Batista, da Comunidade Evangélica Projeto Vida, em Cunha, interior paulista, postou nas redes sociais que o pai dele morreu depois de tomar a vacina contra a covid-19 CoronaVac, produzida em parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac. O homem, de 76 anos, morava na cidade de Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, e recebeu a primeira dose do imunizante no dia 25 de janeiro.

No entanto, ele não morreu por ação da vacina, mas de infecção pela covid-19, que pode ter pego mesmo após ter recebido a primeira dose da vacina, já que são necessárias duas doses, com intervalo de 28 dias, para garantir a imunidade. A vacina CoronaVac, como qualquer outro imunizante, não tem condições de causar a infecção, pois utiliza vírus mortos. As informações são do Projeto Comprova.

Segundo a prefeitura de Guaratinguetá, o idoso morava na casa de repouso Lar dos Velhinhos de São Francisco de Assis, que sofreu um surto de covid-19, em meados de janeiro. Outros idosos e, ao menos, três funcionários da casa de repouso também testaram positivo para o novo coronavírus na mesma época. O que confirma que a infecção e a morte não tiveram relação com a vacina.

Fluxo

Em Jundiaí, foi registrada a morte de um idoso de 94 anos pouco depois de receber a vacina contra a covid-19, no dia 10 de fevereiro. Mais uma vez, as redes sociais foram tomadas por postagens relacionando a morte ao imunizante. No entanto, o laudo de necropsia elaborado pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Jundiaí indicou que o homem, cujo nome não foi revelado, sofreu um aneurisma dissecante da aorta.

A condição ocorre quando a parede interna da artéria se desprende e interrompe o fluxo sanguíneo ou leva ao rompimento da parede externa da aorta. É uma condição grave, que exige atendimento médico de urgência, com elevada chance de morte. Apesar da gravidade, o problema não causa sintomas anteriores, só sendo descoberto quando a artéria colapsa.


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