AVANÇOS

Instituto russo cria tecnologia que acelera vacinas contra variantes da covid-19

Técnica do Instituto Gamaleya é capaz de enfrentar as novas cepas do vírus, que surgiram no Brasil, África do Sul e Reino Unido

sputnikvaccine.com
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Diretor do Instituto Gamaleya afirma que a tecnologia pode ser usada contra outras variantes, além dessas três mais preocupantes

São Paulo – O Instituto Gamaleya, da Rússia, criador da vacina Sputnik V, anunciou o desenvolvimento de uma tecnologia capaz de elaborar mais rápido vacinas contra as diferentes variantes da covid-19. A técnica é importante diante das três novas cepas que preocupam cientistas pelo mundo.

Estudos recentes mostram que as vacinas disponíveis contra a covid-19 perdem parte de sua eficácia contra as variantes da doença surgidas. Atualmente, há três mutações do vírus que preocupam: na África do Sul, no Brasil e no Reino Unido. A vacina de Oxford, por exemplo, provou 10% de eficácia com a variante sul-africana.

Aleksandr Gintsburg, diretor do Instituto Gamaleya, afirma que a tecnologia pode ser usada contra outras variantes, além dessas três mais preocupantes. “Nosso instituto desenvolveu uma tecnologia que permite de forma muito rápida e eficiente a criação de vacinas que incluem antígenos não apenas para uma variante do coronavírus. Mas para dois ou três, quatro ou cinco variantes”, afirmou ao canal Rossiya 24.

Os pesquisadores do Instituto Gamaleya dizem também que o sucesso da Sputnik V, já aprovada para uso em 27 países, é devido a décadas de pesquisa e desenvolvimento anteriores à pandemia. A vacina russa tem 91,6% de eficácia, segundo a revista científica The Lancet.

O estudo mostra que outra descoberta importante é a imunogenicidade da vacina – capacidade de uma substância provocar uma resposta imune. Os 14.964 voluntários que receberam doses da Sputnik V desenvolveram entre 1,3 e 1,5 vez mais anticorpos contra o coronavírus do que os que se recuperaram da covid-19.

Com a modificação dos requisitos para pedidos de uso emergencial de vacinas, após decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Sputnik V pode ter sua liberação provisória nas próximas semanas. Agora, a agência não exige que o imunizante esteja com a fase 3 de testes em andamento no Brasil.


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