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Brasil supera 225 mil mortos por covid-19. Aumenta necessidade de distanciamento social

Diante do cenário preocupante, com a pandemia de covid-19 fora de controle no Brasil, a ciência volta a destacar a necessidade de medidas rigorosas para conter o contágio

lula marques
lula marques
"Não creio que estão literalmente defendendo que as pessoas devem se infectar, chamando ômicron de 'presente de Deus', como dão palco pra malucos assim?", desabafou cientista

São Paulo – O Brasil superou oficialmente 225 mil mortes por covid-19. Em um período de24 horas, concluído às 16h desta segunda-feira (1º), foram notificadas 595 novas vítimas no país, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Com isso, os mortos chegam a 225.099 desde o início do surto do novo coronavírus no país, em março.

Em relação ao número de novos casos, foram 24.591. Com o avanço, já são 9.229.322 infectados, de acordo com dados oficiais dos estados, também desde março. A estimativa é de que mortos e infectados sejam em número superior, já que o Brasil é o país mantém uma estrutura que favorece a subnotificação. Isto é, testa pouco e não faz um rastreio de contágios, algo denunciado por cientistas e mesmo reconhecido por autoridades.

As médias epidemiológicas, calculadas sobre o total de casos e mortes em sete dias, divididos por sete, revelam uma pandemia fora de controle. Ontem (31), o país registrou a pior média de mortes desde agosto. Hoje, a marca segue sendo correspondente aos piores dias da pandemia até então, registrados entre junho e setembro. A média está em 1.062 mortes diárias. Já a média móvel de novos casos segue superior à chamada “primeira onda”, com 51.133 novos infectados por dia.

Curvas epidemiológicas de casos e mortos por covid-19 no Brasil. Fonte: Conass

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Preocupação

Diante de um cenário preocupante, com a pandemia de covid-19 fora de controle no Brasil, a ciência volta a destacar a necessidade de rigoroso distanciamento social e de medidas sanitárias individuais, como uso de máscaras e lavar as mãos com frequência, com sabão ou álcool em gel.

A pesquisadora e epidemiologista Ethel Maciel argumenta que as medidas de sempre deveriam ser reafirmadas. “Medidas individuais: máscaras, distanciamento físico, álcool em gel; Pelas autoridades: testagem em massa e isolamento dos positivos e seus contatos, medidas de restrição de circulação, plano de vacinação coordenado e rápido”.

O Brasil enfrenta uma situação ímpar no mundo, em que a presidência da República, de Jair Bolsonaro, tem uma atuação que favorece a propagação do vírus, ao pressionar contra a ciência e contra as medidas protetivas. Por isso mesmo, o Brasil é o segundo país mais afetado do mundo pelo novo coronavírus.

Com isso, vem o atraso na necessária campanha de vacinação em massa. Mesmo com um amplo e capilarizado sistema público de Saúde, o SUS, o Brasil imuniza pouco e devagar. Até o momento, pouco mais de 2 milhões de pessoas foram imunizadas, frente às mais de 6 milhões de doses disponíveis.

“O Brasil desse governo incompetente não conseguiu aplicar as 6 milhões de doses da primeira remessa. Onde estão essas doses de vacinas? Quais unidades de saúde estão com horários estendidos? Quem vai vacinar no domingo? Enquanto a torcida se aglomera temos mais de mil mortes em 24h”, completa Ethel, ao lembrar de aglomerações que foram frequentes desde o fim do ano, e tiveram um ápice recente em razão da conquista do campeonato de futebol Libertadores da América pelo Palmeiras no sábado.


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