Estímulo

Unicamp e Instituto Vladimir Herzog unem ciência e direitos humanos em premiação

Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos quer incentivar promoção da dignidade humana nas pesquisas acadêmicas

Antonio Scarpinetti / Unicamp
Antonio Scarpinetti / Unicamp
Em tempos de pandemia e combate ao negacionismo, Marcelo Knobel afirma que o prêmio faz parte do trabalho de formiga contra as fake news

São Paulo – O Instituto Vladimir Herzog e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vão estimular as pesquisas científicas que incluírem pautas relacionadas aos direitos humanos. Para isso, instituíram o Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos, que terá sua primeira edição neste ano.

Para promover o evento, as duas entidades vão realizar uma live nesta quinta-feira (21) para discutir o papel social da ciência no atendimento das demandas atuais. Especialistas convidados vão explicar como pesquisas e políticas públicas precisam incorporar de forma definitiva os direitos humanos como um valor para a promoção e defesa irrestrita da dignidade humana. A conversa virtual terá a participação da bióloga Mayana Zatz, do Projeto Genoma, o professor Juarez Xavier e o filósofo Leandro Karnal.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, nesta quarta-feira (20), o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, afirmou que o prêmio, criado ao lado do Instituto Vladimir Herzog, tem como princípios o estímulo ao desenvolvimento de pesquisas, métodos, conhecimentos e tecnologias que promovam o respeito à sustentabilidade da vida e a superação das desigualdades.

“Mais do que nunca, diante desse momento do país, nós precisamos colocar a agenda de direitos humanos na nossa perspectiva. Nós procuramos uma instituição séria, como é o Instituto Vladimir Herzog, que acolheu a ideia, e pensamos nessa ideia de premiar pesquisas nessa área do conhecimento que tenha os direitos humanos como pano de fundo. A ideia é que coloquem, desde cedo, essa pauta em sua pesquisa”, afirmou o reitor.

Ciência é investimento

Nesta primeira edição, o prêmio é voltado para as três universidades estaduais paulistas: Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Mas já existe a intenção de incluir outras instituições nas próximas edições. Além disso, serão premiados trabalhos realizados no âmbito da graduação, mestrado e doutorado em ciências exatas e tecnologia, ciências naturais, da saúde e meio ambiente, ciências sociais e educação, ciências da comunicação e linguagem.

Em tempos de pandemia e combate ao negacionismo, o reitor da Unicamp afirma que o prêmio faz parte do trabalho de formiga contra as fake news. “Durante a pandemia, a ciência nunca esteve tão presente no cotidiano das pessoas. Isso mostra que, sem a ciência e boas universidades, não existe futuro para o país. Então, nós precisamos aproveitar o momento para continuar mostrando a importância do trabalho e que ciência não é custo, é investimento“, acrescentou. As inscrições vão até o dia 31.

Para promover o evento, as duas entidades vão discutir, nesta quinta-feira (21), o papel social da ciência no atendimento das demandas atuais

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