Pior momento, de novo

Perto de 220 mil vítimas, Brasil volta a passar média de mil mortos por dia

Enquanto Brasil vive índices dos piores momentos da pandemia de covid até então, governo Bolsonaro é investigado pela compra e propaganda da cloroquina

Arte sobre foto de Allan Santos/PR - SecomAM
Arte sobre foto de Allan Santos/PR - SecomAM
descaso do governo Bolsonaro com a pandemia agora explode em uma série de pedidos de impeachment e, também, investigações na Justiça

São Paulo – A média de mortos por covid-19 nos últimos sete dias no Brasil é de 1.055 vítimas diárias. O número repete o registrado no pico do surto no país, entre junho e agosto. Nas últimas 24 horas, foram 1.214 mortos, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).

Com o acréscimo, o Brasil se aproxima das 220 mil mortes – são 218.878 óbitos oficialmente registrados. Já o número de casos também teve um acréscimo expressivo de 61.963 novos infectados no último período. Desde o início do surto, 8.933.365 brasileiros foram infectados pelo novo coronavírus. A média de novos registros segue acima do pico observado no meio do ano passado, o que mostra que as mortes ainda podem sofrer elevação nos próximos dias.

Curvas médias de casos e mortos por covid-19 no Brasil. Fonte: Conass

Descaso

O avanço da pandemia tem relação direta com as aglomerações registradas no fim do ano. Também contribuem para o cenário catastrófico o abandono de medidas de isolamento social, de higiene das mãos e até mesmo do uso de máscaras. O descaso do governo Bolsonaro com a pandemia agora explode em uma série de pedidos de impeachment e, também, investigações na Justiça. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, está na mira do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo descaso com a situação da Saúde em Manaus, que entrou em colapso por falta de leitos, cemitérios e oxigênio para os pacientes de uma forte onda de covid-19.

Cloroquina

Hoje (26), o Tribunal de Contas da União (TCU) também apontou irregularidades na condução da pandemia relacionadas à cloroquina (hidroxicloroquina). Desde o início da pandemia, Bolsonaro, pessoalmente, passou a forçar o medicamento para os brasileiros. A substância não possui eficácia contra a covid-19, de acordo com diferentes estudos científicos, e pode até provocar reações perigosas, como arritmia.

Mesmo assim, o governo Bolsonaro estimulou a compra de toneladas do medicamento. O Itamaraty chegou a interceder junto à Índia para trazer mais cloroquina ao país. Tudo isso, tendo como um dos principais beneficiados o empresário Renato Spaccilli, da empresa de medicamentos Apsen, que comercializa cloroquina. Spaccilli é apoiador de Bolsonaro e segue sua visão política extremista.


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