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Ministro Pazuello: vacinação no Brasil começa no ‘dia D’ e na ‘hora H’

O Brasil soma mais de 200 mil mortos por covid-19. Enquanto isso, o ministro da Saúde de Bolsonaro, Eduardo Pazuello, se esquiva de definir calendário de vacinação

Carolina Antunes/PR
Carolina Antunes/PR
"Pazuello é meu parceiro. Enquanto ele culpa o clima e umidade do Amazonas, eu posso culpar o governado e o prefeito pelo sufoco em Manaus"

São Paulo – Enquanto milhares de brasileiros morrem por semana na maior crise sanitária em mais de um século, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se esquivou, novamente, de detalhar o calendário de vacinação contra a covid-19 no Brasil. Ele disse hoje (11) que “a vacina vai começar no dia ‘D’, na hora ‘H'”. , a esperança da vacina segue um caminho de incertezas.

A fala de Pazuello foi alvo de ironia por muitos internautas. “Finalmente! É oficial! O Brasil já tem data e hora pra vacina”, “festejou” a apresentadora e blogueira Bic Müller. Já a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) fez uma crítica mais dura à falta de comando e competência na pasta. “Dia D e hora H, Pazuello? Esse é o cronograma de vacinação do ministro que entrou na pasta da Saúde com a missão de esconder corpos. O Brasil exige vacinação imediata. Deixe de incompetência e irresponsabilidade!”

A crítica foi endossada pela deputada federal, líder do Psol na Câmara, Sâmia Bomfim (SP), que disse: “O Brasil não aguenta mais esperar em função da irresponsabilidade e canalhice do governo. Mais de 50 países já iniciaram a vacinação e Pazuello tem coragem de falar em ‘dia D’ e ‘hora H’? Vacina para todos já!”

Barreiras

Além de não definir o início da vacinação, Pazuello ameaça o calendário de São Paulo e outros locais do Brasil que devem vacinar com a CoronaVac. O ministro insiste que a vacinação começará no mesmo dia em todo o país. Em São Paulo, o governo já definiu o início da imunização para o dia 25 de janeiro.

Impeachment

Pazuello é o terceiro ministro da Saúde do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia. Ele assumiu de fato após 100 dias com a pasta sem comando definitivo. Bolsonaro havia demitido os seus dois antecessores, médicos, que não aceitaram o negacionismo, os ataques à ciência e à postura do presidente de ridicularizar os mortos e minimizar a covid-19.

Agora, o país passa de 202 mil mortos. É a segunda nação com o maior número de vítimas. Enquanto cerca de 60 países já estão e processo de vacinação, o Brasil patina. Bolsonaro, pessoalmente, adota uma postura anti vacinas. Pazuello , por sua vez, é um general do Exército sem experiência na área de Saúde, não consegue planejar e executar um cronograma para vacinação, e já cometeu uma série de erros durante sua gestão.

Esse cenário levou a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) a pedir o impeachment do ministro.