Retratos

Coronavírus no mundo: 10 países, a mesma pandemia, realidades diferentes

O que há em comum entre diferentes governos do mundo, de esquerda ou direita, que conseguem preservar vidas é a seriedade com que enfrentam o coronavírus

Montagem com Wikimedia/cc e Alan Santos/PR
Montagem com Wikimedia/cc e Alan Santos/PR
Posturas de chefes de Estado como Jacinda Ardern, da Nova Zelândia (esq.), e Angela Merkel, da Alemanha (dir.), fizeram a diferença no combate à covid-19 no mundo

São Paulo – O Brasil é o terceiro país com mais casos de covid-19 e o segundo em mortos pela doença. Desde o início, em março, a pandemia do coronavírus no mundo foi tratada pelo presidente da República como coisa de “maricas”. Não por acaso, o primeiro lugar da lista mórbida do coronavírus é ostentado por um país cujo presidente é amado por Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos, sob Donald Trump, chegaram a este sábado (12) a 16,2 milhões de contaminados e deve começar a semana com mais de 300 mil mortes. A Índia, em segundo, passa de 9,8 milhões de casos de covid-19 e 143 mil óbitos. Menos mortes do que no Brasil.

Aqui, com 6,9 milhões de contágios, já perderam a vida 181 mil brasileiros. São países de dimensões continentais, com 1,3 bilhão de habitantes na Índia, 330 milhões nos Estados Unidos e 212 milhões por aqui. Mas o descaso com a gravidade da pior pandemia em um século foi determinante para esses elevados números traduzidos em perdas irreparáveis, tristeza e dor. Os últimos dois dias foram os piores em números da pandemia no mundo, em grande medida devido à retomada da covid-19 nos EUA. E enquanto o mundo reage para conter segunda e até terceira onda, o Brasil patina. Nem sequer fechou o ingresso de estrangeiros pelos aeroportos.

Combate com ciência, não com ideologia

Para retratar diferentes realidades da pandemia do novo coronavírus pelo mundo, a reportagem da Rede Brasil Atual ouviu brasileiros que vivem em 10 países. Em alguns deles, como Nova Zelândia, Canadá e Argentina, os governos são considerados de centro-esquerda. Em outros, como Alemanha, França e Holanda, são de centro-direita, ou mesmo de direita, como Austrália e Israel. Mas não é pela ideologia que esse compatriotas, de longe, avaliam as diferenças entre onde estão e o Brasil – ou as semelhanças, como nos Estados Unidos. Os pontos em comum são que, em países onde há credibilidade e seriedade por parte dos governantes, há mais controle sobre a doença e menos mortes.

Se no mundo já se comemora a chegada da vacinação para um ano realmente novo em 2021, para os brasileiros, nada a festejar. O país ainda não tem um plano de vacinação que contemple toda a população. E não conta sequer com insumos básicos, como seringas e agulhas, para promover a imunização em massa. Por aqui, a pandemia se soma ao governo para aniquilar vidas, sonhos e oportunidades.


Confira os relatos


Edição: Paulo Donizetti de Souza


Leia também


Últimas notícias