Não está tudo bem

Covid-19: em uma semana, número de mortes em São Paulo cresce 80% e de casos, 13%

Nos últimos dias, a taxa de ocupação de UTI cresceu 53%. Doria e Covas seguem dizendo que a situação está sob controle e não vão mudar flexibilização

Arquivo EBC
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Mortes causadas pela covid-19 ainda estão em patamares altos

São Paulo – Além do aumento de internações e da ocupação de UTI, os novos casos e as mortes causadas pela covid-19 em São Paulo também cresceram na última semana, em relação à semana anterior. Foram 872 mortes na semana dos dias 13 a 19 de novembro, contra 485 na semana anterior. O que corresponde a um aumento de 80%. Já o registro de novos casos foi de 34.638, do dia 13 ao dia 19, e de 30.716 nos sete dias anteriores. Um aumento de 13%. No entanto, apenas pessoas que procuram unidades de saúde e têm resultado positivo no teste para detectar a infecção pelo novo coronavírus são contabilizadas, o que indica que o número de novos casos deve ser muito maior.

O aumento de casos de covid-19 também atinge a capital e a Região Metropolitana de São Paulo. Segundo os dados do Boletim Coronavírus, organizado pela Fundação Seade, a cidade registra um aumento de 34,9% nos casos, nos últimos 30 dias. Na Grande São Paulo, o aumento de casos foi de 24,6%, nos últimos 30 dias. Na variação mensal, os dados ainda não indicam aumento de mortes na cidade e na região.

Como a RBA vem mostrando desde o dia 5, além desse aumento de casos e mortes causadas pela covid-19, o número de pessoas internadas por conta da doença também vem crescendo. A taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no estado de São Paulo cresceu de 39,4%, no dia 5 de novembro, para 43,5%, ontem (19). Na Grande São Paulo, a taxa subiu de 42,3% para 49,7%. O número total de pacientes internados com covid-19 subiu de 6.901, no dia 5, para 8.407, ontem.

Somente nesta quinta-feira, foram registradas 1.356 novas internações em São Paulo, sendo 816 na Grande São Paulo.

Na capital paulista, o aumento na taxa de ocupação de UTI foi de 53% em uma semana, indo de 33% no dia 11 de novembro, para 49%, na última quarta-feira (18). No caso das enfermarias, a ocupação já é de 61%. E na rede privada, a ocupação chegou a 76%. Apesar disso, o prefeito da capital paulista e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), disse que “não há nenhuma necessidade de retroceder na flexibilização (da quarentena)”. A posição é igual à do governador paulista, João Doria (PSDB), que adiou a reclassificação das cidades no Plano São Paulo, que coordena a reabertura do comércio e a flexibilização da quarentena, para 30 de novembro.

Contradição tucana

Embora digam que a situação está sob controle, Doria e Covas determinaram algumas ações por conta do aumento de internações, casos e mortes causadas pela covid-19. O governador publicou um decreto hoje (20) suspendendo todas as cirurgias eletivas – feitas por agendamento – na rede pública e privada de saúde de São Paulo. Também determinou que os hospitais públicos ou privados não desmobilizem os leitos reservados para atender exclusivamente pacientes com covid-19.

Além disso, as classificações das cidades no Plano São Paulo vão voltar a ser a cada 14 dias. Mas isso depois de deixar o estado sem novas classificações por 51 dias, já que a última foi realizada em 9 de outubro e a próxima só vai ser realizada em 30 de novembro.

Covas chegou a chamar de fake news as notícias de piora na pandemia de coronavírus na capital paulista. No entanto, com a continuidade de aumentos nas internações, seguida por aumentos de casos e mortes por covid-19, o prefeito determinou a reserva de mais 200 leitos dos hospitais Parelheiros, Brasilândia e Bela Vista – Irmã Dulce.


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