futuro incerto

Brasil volta a registrar mais de mil mortes por covid-19 em 24 horas. Próximos dias são decisivos

Covid-19 da sinais de segue sem controle no Brasil. Aglomerações dos últimos fins de semana podem causar grande impacto nos números de mortes e casos

GovBA
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Ontem (21) o Brasil ultrapassou um mês com média de mortes acima de mil. As curvas epidemiológicas de casos e mortes seguem em patamares elevados

São Paulo – Depois de sete dias consecutivos em que o número de vítimas da covid-19 ficou abaixo de mil, o Brasil volta a ultrapassar esse patamar e registra, nesta quarta (9) novas 1.075 mortes causadas pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas. A última vez que o total de óbitos em um dia havia passado de mil foi em 1º de setembro, com 1.215 ocorrências. Desde o início do surto no país, em março, já são 128.539 vítimas da doença.

O número de novos casos também mostrou aumento expressivo em relação ao dia anterior, com mais 35.816 infectados, totalizando 4.197.889 desde março. Nos registros de ontem, foram pouco mais de 14 mil novos casos. O número segue abaixo da média das últimas 12 semanas, que ficou acima de 40 mil por dia, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).

Números da covid-19 no Brasil, levantados pelo Conass

Também hoje, o Imperial College voltou a afirmar que a taxa de transmissão da covid-19 no Brasil está fora do controle, após uma semana dentro dos limites aceitáveis. O alerta dos cientistas é que se repita o que foi visto no país no fim de junho, quando a OMS viu sinais de que a pandemia no país começava a perder força.

Retomada da covid-19 em Manaus pode indicar nova onda de contágio em todo o país

A declaração da OMS, porém, foi usada por governadores e prefeitos para abandonarem de vez as medidas de distanciamento social, alegando a necessidade de retomar as atividades econômicas. Tais medidas sempre foram pouco rigorosas, mas vigoraram entre o fim de março e o início de julho. A suspensão dos cuidados resultou no período mais letal da pandemia até então. Mais de 75% das mortes foram registradas a partir da flexibilização.

Futuro

As próximas duas semanas serão definitivas para o cenário da pandemia no pais. Isso, porque a covid-19 demora até 15 dias para se manifestar de forma mais agressiva, após o contágio. Nos últimos dois finais de semana, incluindo o feriadão do 7 de Setembro, aglomerações foram constantes em todo o país, sob olhar apático do poder público.

Já a expectativa por uma vacina eficaz sofreu um novo revés ontem, quando uma das substâncias em estudo mais avançado teve sua pesquisa suspensa por reações adversas. Trata-se da vacina britânica desenvolvida por pesquisadores da universidade de Oxford, que estava em testes em São Paulo. O contratempo atrasa, mas não anula a vacina.

Já os russos, da vacina Sputinik V aprovaram o imunizante em regime de urgência e também publicaram os estudos necessários para a aprovação mundial. A substância é considerada promissora, mas ainda depende de mais uma fase de testes. Hoje, a mais avançada é a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em teste também em São Paulo. As expectativas de distribuição são para o início de 2021.


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