tragédia diária

Brasil soma 1.215 mortos em 24 horas por covid-19. Casos se aproximam de 4 milhões

Colocar o “mercado” à frente durante a pandemia de covid-19 é desastroso. Após seis meses, além de não ter salvado milhares de vidas, a economia afunda

Mario de Oliveira
Mario de Oliveira
Hoje foram mais 1.480 mortes e 35.785 casos, totalizando 354.617 vítimas e 13.517.808 doentes desde o início do surto, em março de 2020

São Paulo – A pandemia de covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, chega ao oitavo mês e acumula, oficialmente, 850 mil mortos em todo o mundo. No Brasil, cerca de seis meses do primeiro caso relatado, são registradas 112.596 mortes. A informação foi atualizada no início da noite desta terça (1º), de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Nas últimas 24 horas, foram relatadas mais 1.215 vítimas.

O Brasil segue na liderança mundial de mortes diárias pela 12ª semana seguida; período em que é declarado epicentro da pandemia no mundo pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Apenas os Estados Unidos contabilizam números maiores, com 186.348 mortos e 6.118.204 casos confirmados. Mesmo os dois países tendo cometido erros similares ao minimizar a doença, os norte-americanos testam cerca de 100 vezes mais que o Brasil – até o momento, pouco mais de 6% dos brasileiros passaram por algum teste para detectar a covid-19.

Em relação ao número de casos, desconsiderando a imensa subnotificação, denunciada por cientistas e reconhecida por autoridades, o Brasil tem 3.908.272 infectados desde março. No último período de 24 horas, foram registrados 42.659 novos doentes.

Dados da covid-19 no Brasil levantados pelo Conass

Descaso

A pandemia de covid-19 foi encarada pela maior parte do mundo civilizado com relativa cautela. Enquanto países europeus e asiáticos viram as curvas de casos e mortos crescer, atingir um pico e, brevemente, começar a regredir, a situação foi (e é) diferente no Brasil. Após atingir o que foi relatado como pico, no fim de junho, o país passou a abandonar as já frágeis medidas de isolamento social.

O resultado foi o recrudescimento da covid-19. Desde então, foram registradas mais de 75% das mortes. Enquanto o governo federal, do presidente, Jair Bolsonaro, não executou qualquer política de contenção ao vírus, os governadores e prefeitos cederam, pouco a pouco à pressão de setores econômicos pelo descaso com as vidas.

Após seis meses, o Brasil não conseguiu salvar vidas e a economia afunda. Hoje, foi registrada a maior queda no PIB trimestral do país em 25 anos. “Países querem pôr suas economias para funcionar de novo (…) Mas se os países estiverem levando a sério a abertura, devem também levar a sério a supressão da transmissão e o salvamento de vidas”, disse ontem o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom.

Reaberturas precoces, como as adotadas em larga escala no Brasil, são a “receita para o desastre”, nas palavras de Adhanom. “Nenhum país pode simplesmente fingir que a pandemia acabou. A realidade é que esse coronavírus se dissemina rapidamente, pode ser fatal para pessoas de todas as idades e a maioria das pessoas segue suscetível “, completou.


Leia também


Últimas notícias