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Brasil tem 14 mil casos de covid-19 em 24 horas, e ainda não sabe efeitos do feriadão

Semana teve média superior a 38 mil casos de covid-19 por dia no Brasil. Efeitos do baixo isolamento e das aglomerações do feriado ainda são desconhecidos

CC.0 wikimedia
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Desde o dia 21 de janeiro o Brasil registra média diária de casos, calculada em sete dias, superior a mil

São Paulo – O Brasil registrou 504 mortos e 14.279 novos casos de covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, nas últimas 24 horas, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Desde março, 127.464 vítimas brasileiras foram contabilizadas. O total de casos de covid-19 se aproxima de 4,2 milhões. O valor sofre com uma subnotificação intensa, já que os serviços de assistência hospitalar funcionam em menor medida durante domingos e feriados, como foi o caso de ontem (7).

Aa última semana foi a segunda seguida com recuo na velocidade de transmissão no vírus no país, tal como previu a Organização Mundial da Saúde ainda na segunda-feira (31). Apesar dos resultados são positivos, especialistas estimam que a aceleração da retomada de atividades em todo o país ainda não teve os impactos totalmente analisados. Eles temem, ainda os efeitos do feriado prolongado. Milhares de brasileiros aproveitaram o momento de descanso para se aglomerarem em bares e praias. A média de novos casos nas últimas três semanas está superior a 38 mil ao dia.

A tendência na queda das mortes diárias ocorreu nas duas últimas semanas. Depois de 12 semanas (entre maio e agosto) com registro de mortos superando a média de mil por período. Na última semana, foram 807 vítimas por dia. Agora, se as aglomerações do feriado vão resultar no recrudescimento da pandemia, é algo que deve passar a ser notado entre 10 a 15 dias, a partir de hoje. Isso porque o vírus tende a ficar inerte por um período, antes de apresentar sua forma sintomática. Além de a notificação dos contágios confirmados não ocorrerem em tempo real.

Segunda onda

O cenário preocupa especialistas, já que o desdém com medidas de contensão do vírus já se mostrou letal. No início de julho, a OMS chegou a reconhecer uma tendência de queda na velocidade da pandemia no Brasil. O fato foi utilizado por prefeitos e governadores para o abandono do frágil isolamento social imposto entre abril e junho. O que sucedeu foi o período mais letal desde então. Mais de 75% das mortes aconteceram de lá para cá.

O receio é por uma segunda onda de letalidade. “Segunda onda” é um termo utilizado por países que tomaram medidas de isolamento e viram suas curvas epidemiológicas reduzirem em poucas semanas. Não é o caso do Brasil, que foi o país do mundo com maior tempo na posição de epicentro da pandemia, de acordo com a OMS. Mesmo com a redução das últimas semanas, tal liderança segue com o país sul-americano.

Então, é difícil falar em segunda onda sem superar a primeira. Mas o que cientistas temem é novo aumento na ocorrência de contágios e óbitos. Para isso, é importante verificar o número de casos. Desde o início da pandemia, em março, já são 4.162.073 casos de covid-19 no Brasil, sem considerar a ampla subnotificação. O Brasil testou cerca de 6% de sua população.

Curvas epidemiológicas fornecidas pelo Conass


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