evolução da pandemia

São Paulo baixa média de pessoas internadas, mas número de mortos por covid-19 sobe

Médicos afirmam que os números são positivos, mas ainda não significam que a situação esteja sob controle. E defende intensificar as medidas de isolamento social, para uma queda mais efetiva nos índices

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Mapa do estado sobre a evolução do Plano São Paulo mostra uma melhora lenta na situação

São Paulo – O estado de São Paulo ainda registra uma média diária de 12,4 mil pessoas internadas para tratar da covid-19 no mês de agosto. Mas o total de mortes confirmadas causadas infecção subiu de 15.030, em 1º de julho, para 28.912, registradas até hoje (25). O que representa um aumento de 92,4% no período. Sinal de que a alegada melhora na situação da pandemia ainda requer cautela por parte da população.

No mês de julho, a média de pessoas internadas com covid-19 foi de 14,1 mil, o que representa uma redução de 11,56%. A redução foi maior nas enfermarias, que registraram média de 8,3 mil internações em julho ante 7,1 mil registrados até o dia de hoje (25) em agosto. Já nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), a média de internações era de 5,7 mil no mês passado, e baixou para 5,3 mil neste mês. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde.

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No caso das novas internações por covid-19, o estado também registrou queda. Ainda assim a média em agosto foi de 1.453 pessoas sendo internadas diariamente com sintomas de covid-19. No final do mês de julho, os dados apontavam uma média de 1.822 novas internações por dia. Além disso, São Paulo ainda registra, em média, 7.734 novos casos de covid-19 a cada período de 24 horas. Em relação às mortes causadas pela infecção, o estado também vem registrando queda, mas mantendo uma média alta óbitos diários. São 225 vítimas por dia, em média, ante 255, em julho.

Precaução e ação

O infectologista e diretor do Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp), Gérson Salvador avalia que a situação mostra uma clara redução na pandemia, sobretudo na região metropolitana de São Paulo. Mas considera que ainda é preciso cautela, sobretudo em relação ao elevado número de mortes que ainda se registra, em relação a 2019. “A pandemia não está resolvida, precisamos acompanhar com cautela. O excesso de óbitos ainda preocupa, mas o óbito de hoje reflete o caso de duas a três semanas atrás. Certamente está havendo uma queda”, afirmou.

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Para o médico sanitarista e ex-ministro da Saúde Artur Chioro, os números são positivos, mas ainda não significam que a pandemia acabou ou que a situação esteja totalmente sob controle. E defende que sejam intensificadas as medidas de isolamento social, para provocar uma queda mais efetiva nos índices. “Finalmente se observa uma diminuição, ainda que não em patamares que indiquem que controlamos o problema e que já é possível sustentar medidas de flexibilização mais ampla. Ao contrário, trata-se de uma regressão lenta dos dados, depois da manutenção por muito tempo em um platô muito elevado. É um indicativo de que a hora é de aprofundar as medidas não-medicamentosas para produzir uma redução vertiginosa dos casos e óbitos por covid-19. O que já deveria ter sido feito há muito tempo e teria poupado milhares de vida e proporcionado um período mais curto de retorno à normalidade”, avaliou.

Inconsequência

A expectativa do ex-ministro, no entanto, não deve se consolidar. Na última semana, o governo de João Doria (PSDB) afrouxou ainda mais as regras do Plano São Paulo, que coordena a reabertura do comércio e dos serviços em São Paulo. Com isso, os estabelecimentos poderão ficar abertos por até 8 horas. Além disso, liberou bares e restaurantes para abrir no horário noturno, o que levou ao desrespeito das normas de distanciamento social e de uso de máscaras nos locais.

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Nesta semana, nenhuma região do estado está na fase 1-vermelha do Plano São Paulo, a mais restritiva. Nove regiões estão na fase 2-laranja: Franca, Marília, Presidente Prudente, Registro, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, Sorocaba, Taubaté e a sub-região Norte da grande São Paulo. Outras 13 regiões estão na fase 3-amarela: Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Bauru, Barretos, Baixada Santista, Araraquara, Araçatuba, as sub-regiões Leste, Oeste, Sudoeste e Sudeste da Grande São Paulo, e a capital paulista.


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